O ginecologista italiano Severino Antinori, que ficou famoso no mundo inteiro por dizer que tinha clonado três bebês, foi preso em Roma, sob as acusações de roubo e lesão corporal agravados.
Segundo a Promotoria de Milão, que investiga o médico, ele explantou à força óvulos de uma estrangeira – uma espanhola de 24 anos – que havia sido internada para tratar de cistos ovarianos. A vítima, que trabalhava na clínica de Antinori, diz ter sido imobilizada, anestesiada e obrigada a passar por uma aspiração de óvulos.
Ao acordar, aproveitou uma distração dos enfermeiros e ligou para o número de emergência italiano por meio de um telefone fixo – ela estava sem seu celular. Ainda de acordo com a Promotoria, o médico fertilizou os óvulos para transferi-los para outra mulher. Os embriões foram apreendidos e congelados pela polícia.
Segundo a advogada da espanhola, Roberta De Leo, o ginecologista se ofereceu para curar os cistos com injeções, o que deveria eliminar a necessidade de uma operação. No entanto, no último dia 5 de abril, ouviu de Antinori que precisaria passar por uma intervenção cirúrgica. Com a recusa da vítima, o médico forçou a operação. Após o episódio, a jovem voltou para a Espanha e agora está na companhia da família. "Ela estava aterrorizada pela possibilidade de outras mulheres darem à luz filhos seus", declarou De Leo.
O médico foi colocado em prisão domiciliar e impedido de exercer a profissão por um ano. Até o momento ele não comentou as acusações. Contudo, uma funcionária que preferiu não se identificar disse que a denúncia é "absurda" e "tecnicamente impossível".
"Como pode ter havido uma retirada forçada de óvulos? Antes é preciso fazer um tratamento, isso exige uma longa preparação. Tal como foi contada, a história não fica de pé sob nenhum ponto de vista", afirmou.
No início dos anos 2000, Antinori ficou mundialmente famoso ao anunciar que havia usado o método da clonagem para induzir a gravidez em três mulheres. De acordo com ele, as gestações foram bem sucedidas, mas ele nunca deu provas disso. (Ansa)