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Autoridades investigam possíveis causas de acidente em Veneza

As autoridades de Veneza anunciaram que estão trabalhando para esclarecer as causas que levaram um ônibus cair de um viaduto sobre binários de ferrovia em um trecho reto, provocando 21 mortos e 15 feridos.

A Justiça italiana trabalha com duas hipóteses principais sobre as possíveis causas da tragédia: uma manobra arriscada, com outro ônibus, ou que o guarda-corpo era velho demais para suportar o peso do ônibus e tudo isso aliado à possibilidade de o motorista ter sofrido um mal estar e ter perdido o controle do veículo.

“Atualmente não há investigações”, confirmou o promotor Bruno Cherchi, revelando que a cerca de proteção do ônibus, a zona de largada e o próprio veículo foram apreendidos, bem como a espécie de “caixa-preta”
do ônibus.

A declaração é dada após a imprensa italiana destacar que o guardacorpo era antigo e não era substituído há muito tempo e, além disso, faltavam dois metros de cerca de proteção bem na área onde o ônibus caiu. As autoridades de Veneza, no entanto, rejeitaram com indignação os relatos.

“As declarações que li são inaceitáveis. O ônibus não caiu porque havia um buraco de um metro e meio na grade. Este buraco é uma abertura de segurança e manutenção, prevista na concepção original da estrutura”, afirmou o conselheiro municipal de Transportes de Veneza, Renato Boraso.

Segundo ele, o desnível de um metro e meio estava previsto no projeto da época, na década de 1960, e cumpria o regulamento, tendo em vista que é um espaço de segurança destinado à manutenção ou para permitir a passagem de socorristas em caso de necessidade.

“O ônibus caiu 50 metros depois do desnível, depois de rastejar sobre o guarda-corpo, sem qualquer sinal de travagem ou desvio. Ou queremos dizer que, sem a ‘lacuna’, a barreira teria sustentado um veículo de 13 toneladas em movimento e desviando?”, questionou.

Para Boraso, “as imagens de vídeo do acidente, captadas pelas câmeras, mostram claramente que o ônibus subiu até o viaduto e ‘encostou’ no guarda-corpo, que inicialmente resistiu, e depois rastejou por 50 metros, sem controle, sobre a barreira, até cair. Mas não caiu porque havia essa lacuna”.

“Deixe a Justiça, e não os jornais, fazer as investigações”, pediu ele, enfatizando que está disposto a proteger o nome da Câmara Municipal de Veneza contra o que considera interferências “vergonhosas”.

Já o ministro dos Transportes e Infraestruturas, Matteo Salvini, garantiu que o acidente não foi culpa do guarda corpo e alertou para “o perigo” das baterias do carros elétricos, porque “pegam fogo mais rápido do que outras formas de energia”.

A Câmara Municipal de Veneza anunciou a identidade dos 21 mortos – nove ucranianos, quatro romenos, três alemães, dois portugueses, um croata, um sul-africano e um italiano, que conduzia o ônibus – e confirmou que o acidente deixou 15 feridos, sendo 12 adultos e três menores. Do total, 10 estão em cuidados intensivos.

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