O caso do ex-ativista de esquerda italiano Cesare Battisti, cuja extradição é requisitada pela Itália ao Brasil, não foi discutido durante a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o premiê italiano Silvio Berlusconi, em visita a São Paulo.
De acordo com fontes diplomáticas, o encontro entre os dois chefes de governo durou mais de uma hora e meia em um clima "muito cordial". Segundo as informações, houve uma "acolhida excepcional" da parte do mandatário brasileiro.
Lula e Berlusconi se reuniram à margem do seminário "Brasil-Itália: Novas Parcerias Estratégicas", que ocorre nesta terça-feira na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). No centro do encontro estiveram as questões bilaterais, sobretudo em matéria de investimentos econômicos – tema principal da visita do premiê ao País, junto a uma delegação de 60 empresários.
Outro assunto discutido foi os resultados da Cúpula do G20 (grupo dos países mais ricos do mundo e dos principais emergentes), realizada no fim de semana no Canadá. Em relação a isso, Berlusconi assinalou que a ausência de Lula na reunião foi muito sentida.
Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana por quatro homicídios cometidos na década de 1970. Detido no Brasil em 2007, ele recebeu do governo o status de refugiado político no último ano.
Ainda em 2009, o caso foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que se posicionou a favor da extradição, como pede a Itália. Na época, o Supremo decidiu ainda que caberia ao presidente Lula dar o parecer final sobre o destino do ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Lula ainda não se pronunciou sobre a questão.
