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Imigrantes sofrem racismo ao se mudarem para casa em Roma

Um bairro da periferia de Roma foi palco de uma grande episódio de racismo.

Aos gritos de "aqui não queremos negros, voltem para casa nos botes", vários moradores do bairro de San Basílio, na periferia da capital italiana, impediram que um casal marroquino com três filhos pequenos se acomodassem em uma habitação popular que foi designada a eles, após uma família italiana, que ocupava o lugar ilegalmente, ter sido despejada.

A presença de policias impediu violências físicas, mas agressões verbais foram suficientes para que os marroquinos decidissem renunciar o espaço por medo. Cinco pessoas foram denunciadas e foi aberta uma investigação para identificar os organizadores dos protestos. "Antes estavam os italianos, estes [família marroquina] de onde saíram?", perguntou indignado um dos moradores.

Ao saber do caso, a prefeita de Roma, Virgina Raggi, expressou sua "forte indignação". "Um gesto vergonhoso para Roma e para os cidadãos romanos", disse Raggi, que afirmou querer se encontrar com a família que sofreu o racismo. 

Na prefeitura, está sendo discutida uma opção alternativa de moradia para os marroquinos. A lamentável cena não tem apenas conotações racistas, mas também está ligada a interesses ilegais como a relação íntima entre as habitações populares e o tráfico de drogas, um grande problema de San Basilio.

As habitações populares muitas vezes são usadas como pontos onde pessoas vigiam os movimentos dos policiais e os informam para os traficantes. A família de marroquinos, na qual a mulher está desempregada, o homem é um pedreiro e os filhos têm 1, 4 e 7 anos, iria se mudar para o apartamento onde morava um casal com um filho e um cachorro, que teria antes vivido por anos em acampamentos antes de ocupar o local, que na época estava vazio.

"Não é racismo, eu estou pior que eles", disse um dos antigos moradores da casa. Vários inquilinos do edifício e dos vizinhos foram para a rua impedir que os marroquinos entrassem no prédio. A tensão durou algumas horas e os policiais já estavam prontos para separar os manifestantes, mas a família, apavorada, decidiu renunciar à habitação.

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