Na semana passada, ao mesmo tempo em que a imprensa italiana anunciava a morte de outro transexual brasileiro – André Magalhães, a Roberta, 26 anos, que teria se suicidado – um encontro da associação Free Woman, ocorrido em Ancona, divulgada dados segundo os quais dos 40 mil transexuais que vivem na Itália, 60% são originários da América do Sul. Um total de 30% são italianos e outros 10% são de origem asiática.
No seminário Sotto la stessa luna. Prostituzione e transessualità tra stigma e inclusione sociale, realizado na capital da região de Marche, a entidade, fundada com o apoio da Caritas, apresentou um balanço das atividades desenvolvidas, como a inclusão de 187 prostitutas e transexuais em programas sociais.
Conforme destacou na ocasião a socióloga Porpora Marcasciano, a transexualidade é um fenômeno que os meios de comunicação fornecem uma imagem patológica. A seu ver, o drama dos transexuais decorre do próprio contexto social que constrói o seu edifício de exclusão com base em três pilares: medo, segurança e decoro.
Ainda no entendimento da socióloga bolonhesa, os transexuais precisam tomar consciência de que são portadores de direitos e que podem interagir livremente com o seu entorno.
No ano passado, o transexual brasileiro conhecido como Brenda, cujo nome apareceu em um rumoroso caso que envolveu o presidente da região do Lazio, foi encontrado morto, e até hoje ainda não há uma conclusão sobre a causa de sua morte.