
A chegada dos cardeais eleitores a Roma, a missa na Basílica de São Pedro e o “extra omnes” que dá início oficial à eleição.
O conclave, cuja etimologia remete ao latim “cum clave (“fechado a chave”), é o ritual secular que marca a eleição dos novos papas, desde as votações sob os afrescos de Michelangelo na Capela Sistina até a icônica fumaça branca que precede o tradicional “Habemus Papam”.
Antes do início oficial da assembleia, os cardeais eleitores chegam a Roma e se instalam na Casa Santa Marta, o mesmo local onde Jorge Bergoglio decidiu viver, renunciando ao apartamento papal no Palácio Apostólico.
No dia do conclave, dirigem-se à Basílica de São Pedro para a missa em vista da eleição, presidida pelo decano do colégio cardinalício (neste caso, Giovanni Battista Re). Em seguida, vestem as roupas vermelhas e seguem em procissão para a Capela Sistina, preparada com bancos para as votações e o fogareiro onde serão queimadas as cédulas e anotações.
O número máximo de cardeais eleitores é estabelecido em 120, embora atualmente haja 135 com direito a voto – e, como no passado, podem ser concedidas exceções. É proibido o uso de dispositivos eletrônicos ou qualquer contato com o exterior.
Somente após o juramento – encerrado com o “extra omnes” (“todos fora!”) -, o conclave começa oficialmente, com o trancamento das portas da Capela Sistina e o início das votações.
Se a eleição começar de tarde, o primeiro dia terá apenas um escrutínio. Já os seguintes terão até quatro votações, sendo duas de manhã e duas de tarde.
Cada cardeal escreve o nome do escolhido sob a frase “Eligo in Summum Pontificem” (“Elejo como Sumo Pontífice”), dobra a cédula e a leva até o altar, depositando-a em um prato de prata sobre a urna antes de deixá-la cair dentro do recipiente. Após a sessão, os dois primeiros apuradores abrem os papéis e leem silenciosamente os nomes, enquanto o terceiro os pronuncia em voz alta.
As cédulas são furadas, amarradas umas às outras e queimadas no fogareiro. Se ninguém atinge a maioria qualificada de pelo menos dois terços dos votos, é adicionada uma substância que tinge a fumaça de preto. No caso contrário, o decano se dirige ao eleito para perguntar se ele aceita o cargo e qual o nome escolhido para exercer o pontificado.
Só então as cédulas são queimadas com um aditivo branco, anunciando ao mundo a eleição de um novo papa. O pontífice veste-se então na “Sala das Lágrimas” (na sacristia da Capela Sistina), enquanto o cardeal protodiácono anuncia a eleição a partir da loggia central da Basílica de São Pedro, com o aguardado “Habemus Papam”. Em seguida, o Papa aparece para dar sua primeira bênção “Urbi et Orbi” (“À cidade e ao mundo”).