
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, pediu para Israel encerrar sua ofensiva na Faixa de Gaza, afirmando que a guerra contra o Hamas, desencadeada pelos ataques de 7 de outubro, já foi vencida pelo governo de Benjamin Netanyahu.
“Somos amigos de Israel, mas dizemos ‘basta de guerra’, é hora de uma trégua”, declarou o chanceler italiano em entrevista à Sky Television.
Segundo Tajani, “Israel venceu a guerra contra o Hamas e a população civil de Gaza está sofrendo demais”.
“A armadilha do Hamas arrastou Israel para uma guerra pela qual a população civil está pagando.O Hamas tem uma enorme culpa em relação ao seu próprio povo, que está usando como escudo humano”, afirmou.
Entretanto, o vice-premiê italiano enfatizou que, por outro lado, “Israel deve entender que o direito internacional humanitário deve ser sempre respeitado”.
A declaração é dada após um ataque israelense contra uma escola que abrigava pessoas deslocadas em Gaza matar 36 pessoas e deixar dezenas de feridos e depois do chefe de uma organização humanitária privada apoiada pelos EUA, encarregada de distribuir ajuda no enclave palestino usando um plano iniciado por Israel, renunciar.
A nova ofensiva voltou a ser condenada pela oposição italiana, que disse que a premiê Giorgia Meloni e o chanceler são a “vergonha da Itália”.
“Diante de mais uma notícia horrível – uma escola bombardeada, 25 crianças assassinadas pelas bombas de Netanyahu – vocês só conseguem proferir palavras carregadas de covardia. Seus apelos por uma trégua se resumem a palavras vazias, enquanto em Gaza as crianças mortas já chegam a 18 mil e os civis, mais de 60 mil”, criticou Angelo Bonelli, parlamentar da coalizão Aliança Verdes e Esquerda (AVS).
Para ele, Meloni e Tajani “não têm coragem de chamar de volta nosso embaixador de Tel Aviv, votaram contra a revisão do acordo UE-Israel, dizem não às sanções e estão prestes a renovar o memorando de cooperação militar entre Itália e Israel”.
“A história os julgará, porque com sua covardia vocês são cúmplices dos crimes de Netanyahu. Por isso, pediremos aos italianos que saiam às ruas: a Itália não pode e não deve ser cúmplice de um genocídio”, concluiu Bonelli.