
O governo da Itália anunciou que o país recebeu mais 14 crianças que precisam de auxílio médico da Faixa de Gaza, enclave palestino palco de uma guerra entre Israel e o Hamas desde outubro de 2023.
A confirmação foi feita pelo ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, em mensagem enviada por ocasião do evento “As Crianças Invisíveis”, organizado pela “Telefono Azzurro”, no “Dia Internacional das Crianças Desaparecidas”.
Segundo ele, a Defesa está comprometida “não apenas como guarnição de segurança, mas também como protagonista ativa na proteção dos mais vulneráveis e frágeis, um compromisso que se traduz em ações concretas”.
Nos últimos dias, duas aeronaves da Força Aérea transferiram para a Itália mais 14 crianças da Faixa de Gaza, necessitadas de atendimento médico urgente, acompanhadas por suas famílias.
Crosetto revelou que os menores foram acolhidos e atendidos em unidades de saúde da Itália.
Desaparecidos na Itália
No primeiro semestre de 2024, foram registrados 11.694 relatos de desaparecimento de pessoas na Itália, com uma média diária de 64 casos.
A maioria das notificações diz respeito a menores de 18 anos, que representam 69,6% dos casos (8.143). Em termos de cidadania, 57% dos relatórios diziam respeito a cidadãos estrangeiros, enquanto 43% envolviam cidadãos italianos.
Entre os menores estrangeiros desaparecidos (5.773 casos), o fenômeno atinge predominantemente o sexo masculino (88%).
Os achados são mais frequentes no sexo feminino (58,1%) e a faixa etária mais acometida é a de 16 e 17 anos, o que representa mais de 70% dos casos.
Os dados foram divulgados no relatório do Telefono Azzurro. “O fenômeno do desaparecimento de crianças assumiu proporções alarmantes, como demonstram os dados internacionais e os relativos à Itália que reunimos neste dossiê”, afirma Ernesto Caffo, presidente da instituição.
De acordo com ele, “muitas crianças fogem de guerras, pobreza e desastres naturais e, se desacompanhadas, correm o risco de se tornarem vítimas de exploração e tráfico ou de sofrerem abusos durante a viagem.
“Mas também são cada vez mais frequentes — na Itália — os casos de desaparecimento e fuga de casa devido a situações familiares complexas ou a condicionamentos sociais que agem de forma cada vez mais negativa, também devido ao impulso que as ferramentas e canais digitais invasivos dão, influenciando dramaticamente as personalidades cada vez mais frágeis psicologicamente de crianças e adolescentes”, concluiu.