
Uma manifestação nacional contra o rearmamento tomou às ruas de Roma, capital da Itália e aproveitou para criticar Israel e pedir o fim da guerra na Faixa de Gaza.
A marcha, que passou pelo Coliseu, um dos principais monumentos do país, reuniu líderes de grupos e forças políticas de oposição ao governo da premiê Giorgia Meloni, como representantes do Movimento 5 Estrelas (M5S), Partido Democrático (PD), além de Aliança Verdes e Esquerda (AVS), entre outros.
O grupo ficou surpreso com a “bênção” do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin. “É bom que haja uma mobilização geral para evitar a corrida armamentista”, declarou o religioso, à margem do evento.
“Somos todos anti-sionistas”, “Palestina livre” e “Não à guerra, fora da OTAN” foram alguns dos gritos da multidão durante a passeata iniciada na Piazzale Ostiense.
Um grupo de manifestantes também entoou: “Israel sionista, um estado terrorista” e “Bombas israelenses destroem hospitais, eles são criminosos”.
Segundo o comitê organizador da iniciativa nacional, mais de 100 mil pessoas se uniram contra os ataques de Israel contra o enclave palestino, que já deixou milhares de mortos desde 7 de outubro de 2023.
“Não à guerra, ao rearmamento, ao genocídio, ao autoritarismo”, gritava o caminhão na primeira etapa da marcha, liderando a multidão em direção ao Coliseu, ponto de chegada do protesto.
Dezenas de manifestantes deitaram-se no chão, sobre lençóis brancos, em frente ao Coliseu, enquanto o caminhão transmitia um clipe de áudio de quatro minutos de bombas caindo sobre Gaza, gravado no local pelo engenheiro de som palestino Oussama Rima, revelaram os organizadores.
A iniciativa foi organizada pela campanha catalã Unsilence Gaza, coordenada pela Novact, parceira na Espanha na campanha europeia “Stop Rearm Europe”.
“Deitamo-nos no chão, com o som dos bombardeios gravados em Gaza, para tornar visível, com nossos corpos, o genocídio em curso do povo palestino e a morte e a devastação que todas as guerras trazem”, explicaram.
Os organizadores lembraram ainda que a mobilização foi organizada quando a União Europeia (UE) decidiu sobre o plano de rearmamento de US$ 800 bilhões e depois dos “pedidos insanos da OTAN, o genocídio em Gaza que não para, a guerra na Ucrânia e agora o ataque unilateral injustificável de Israel ao Irã”.
“Corremos o risco de uma guerra mundial”, diz Raffaella Bolini, vice-presidente da Arci, uma das organizadoras da praça. Quatro palavras de ordem: “Não ao rearmamento, não à guerra, não ao genocídio e não ao autoritarismo”, concluiu ela.