
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, avaliou que o livre comércio “nem sempre é justo” e disse que o acordo entre Mercosul e União Europeia deve ser assinado apenas com garantias para os agricultores do continente.
“Não acho que o livre comércio seja sempre correto; acredito que ele pode ser livre quando é correto. Vimos as consequências do comércio desregulado: em vez de distribuir riqueza, ele se tornou vertical”, analisou a chefe de governo italiana após um debate sobre comunicações na Câmara.
Meloni mencionou que sistemas menos democráticos ganharam espaço no mundo, além de dizer que o preço mais alto é pago por sistemas “sólidos de regras civilizadas”.
A premiê destacou a “absoluta importância” de assinar o pacto entre os blocos, principalmente em virtude das tensões atuais ao redor do mundo, mas pediu “condições que não penalizem” os agricultores europeus.
No início do mês, o ministro dos Assuntos Europeus da Itália, Tommaso Foti, avaliou que o acordo entre UE-Mercosul deverá ser concluído até junho de 2026.
De acordo com um relatório divulgado recentemente pela Confederação-Geral da Indústria Italiana (Confindustria), a assinatura do pacto englobaria um mercado integrado de mais de 750 milhões de consumidores, cujas economias, juntas, representam 20% do Produto Interno Bruto (PIB) global e 25% do comércio mundial.