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Amiga de “Viúva Negra” da Gucci é condenada por roubo de herança

Uma ex-companheira de cela da italiana Patrizia Reggiani, ex-esposa de Maurizio Gucci e mandante de seu assassinato, foi condenada a seis anos e quatro meses de prisão por conspirar com outras três pessoas para roubar parte da herança da ex-socialite.

Loredana Canò ficou presa por sete meses em 2012 por receptação de bens roubados em San Vittore, onde conheceu Reggiani. As duas tornaram-se amigas e, fora da prisão, a ex-companheira de cela virou assistente pessoal da ex-socialite, com um salário de 1,5 mil euros.

No entanto, Canò começou a explorar as fraquezas psicológicas e físicas da chamada “Viúva Negra” da Gucci, induzidas pelas consequências neurológicas da remoção de um tumor cerebral, para conseguir administrar um patrimônio multimilionário.

O caso em questão diz respeito à gestão da herança, estimada em 18 milhões mais 950 mil euros anuais provenientes das rendas de 120 apartamentos, deixada pela mãe de Reggiani, Silvana Barbieri, falecida aos 90 anos em 2019.

Segundo os promotores, de 2020 a 2021, Canò se aproveitou da doença da ex de Gucci e, “por meio de uma série de comportamentos cada vez mais intrusivos, foi eliminando suas relações sociais”, convencendo-a de que era “necessário fazer guerra com as próprias filhas, Allegra e Alessandra, para poder administrar a renda vitalícia obtida”.

Desta forma, foi morar na casa de Reggiani e começou a administrar a renda e os empregados, “atendendo o telefone ou e-mails em seu lugar, gravando conversas secretamente, preparando roteiros para ela ler em reuniões com o juiz tutelar”.

No verão de 2021, um tribunal emitiu uma ordem de proteção para Reggiani e ordenou que Canò, demitida por um novo administrador, Mauro Accolla, se afastasse da luxuosa casa da herdeira e não se aproximasse mais dos locais frequentados por ela.

Uma busca feita pelas autoridades italianas na mansão encontrou “câmeras, gravadores, microfones destinados ao monitoramento de ambientes e gravações”, que eram usadas pela então assistente.

A criminosa contou com a ajuda de Marco Chiesa, na época consultor financeiro de Silvana Barbieri, que também foi condenado a 5 anos e 8 meses, e do administrador de pensão e advogado Daniele Pizzi, que se declarou culpado e pegou dois anos de prisão, para gerir empresas e para estipular um seguro de vida no valor de 6,6 milhões de euros em benefício próprio.

Já o advogado Maurizio Giani, nomeado como executor testamentário e os contadores Mario Wiel Marin e Marco Moroni, todos citados no caso, foram absolvidos.

Além da prisão, Canò foi condenada a pagar uma indenização financeira de 45 mil euros ao Ministério da Justiça, 75 mil euros para Reggiani e 100 mil euros em danos morais às duas filhas da ex-socialite com o herdeiro assassinado da Gucci, Allegra e Alessandra.

Reggiani foi condenada a 26 anos de prisão por encomendar a morte de um dos herdeiros da grife italiana Gucci, com quem se relacionou por 15 anos. Em fevereiro de 2017, um tribunal de Milão concedeu a liberdade total a ela após ser exonerada de cumprir os seus últimos três anos em condicional.

“Eles fizeram de uma mulher pobre, frágil e doente a presa destinada a apetites insaciáveis”, declarou a procuradora-adjunta Tiziana Siciliano em um trecho de seu discurso de encerramento.  

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