
Um chef se tornou alvo de críticas na Itália após publicar um anúncio de emprego que excluía a participação de “comunistas e pessoas com problemas de orientação sexual” no processo seletivo.
O protagonista do caso é Paolo Cappuccio, que tem anos de experiência em restaurantes com estrelas Michelin e procurava um chef, outros três cozinheiros e um confeiteiro para trabalhar entre dezembro e março no restaurante Eden, situado em Madonna di Campiglio, concorrido destino de inverno no norte do país.
“Evitem me fazer perder tempo. Estão excluídos comunistas, masterchefs e afins, pessoas com problemas de álcool, drogas e orientação sexual. Se restar algum indivíduo mais ou menos normal…”, escreveu Capuccio em uma publicação no Facebook, que logo foi inundada por críticas de usuários, antes de ser apagada pelo autor.
“Chef, você pode cozinhar um ato ilícito discriminatório, acompanhado de repressão profunda?”, ironizou um internauta. “Espero que te mandem para cozinhar na Cáritas [organização beneficente da Igreja Católica], ao menos você será útil”, escreveu outro.
Diante das críticas, Cappuccio disse ao jornal Corriere del Trentino que, “após a enésima decepção”, ele “procurava colaboradores honestos, com uma ideia clara da posição deles dentro da sociedade e da equipe”.
“Os direitos são sacrossantos, mas também há deveres”, acrescentou o chef, sem explicar o sentido da declaração. “Foi um anúncio de desespero, um desabafo de cansaço mental”, justificou Cappuccio, que também repetiu um argumento conhecido de pessoas vítimas de homofobia: “Eu tenho amigos gays, saímos de férias juntos”.
Segundo o chef, cada um deve respeitar o próprio lugar no trabalho, já que “impor sua posição de vida pode incomodar a liberdade do outro”.