
Milão, na Itália, é a cidade europeia mais afetada pela onda de calor de junho deste ano, segundo pesquisa do grupo World Weather Attribution, formado por cientistas do Imperial College, de Londres, e da London School of Hygiene & Tropical Medicine. Em apenas dez dias, entre 23 de junho e 2 de julho, o calor escaldante matou 317 pessoas na capital da Lombardia.
A pesquisa avalia os impactos da recente onda de calor em 12 grandes cidades da Europa, como Milão, Roma, Londres, Lisboa e Madri. Em Barcelona, foram relacionadas 286 mortes no período analisado pelos pesquisadores. Em Paris, foram 235.
No total, estima-se que 2.300 mortes foram associadas às altas temperaturas, das quais aproximadamente 1.500 (65%) foram causadas pela influência humana no clima. Isso significa que o número de mortes triplicou devido ao impacto da queima de combustíveis fósseis.
Os resultados do estudo destacam que os idosos na Europa correm risco crescente de morte prematura. Contudo, os pesquisadores alertam que o calor pode ser perigoso para todas as faixas etárias.
– Os dados , se confirmados, são muito preocupantes. Estamos observando um aumento nas hospitalizações e nos problemas de saúde dos mais vulneráveis, especialmente os muito idosos, que representam uma parcela significativa da população de Milão. A preocupação é que o que aconteceu em 2003 possa se repetir, quando houve uma onda de calor que levou a uma mortalidade dramática, e que esperamos possa ser evitada com medidas adequadas ao novo clima de Milão – diz Sergio Harari, professor de Clínica Médica da Universidade de Milão e diretor de Pneumologia e Clínica Médica do Hospital Multimédico San Giuseppe.