
Corte Constitucional da Itália, instância máxima judiciária do país, decidiu analisar o recurso apresentado pela Câmara dos Deputados que defende a existência de um conflito de atribuições no processo contra o primeiro-ministro Silvio Berlusconi por concussão e prostituição de jovens.
Em uma nota, a Corte "declarou admissível o conflito de atribuições entre os poderes do Estado apresentado pela Câmara dos Deputados contra a Procuradoria do Tribunal de Milão".
A decisão, no entanto, não tem efeitos imediatos sobre o processo, já que a questão deve ser avaliada dentro de alguns meses.
Os deputados pedem para a Corte anular os julgamentos e todas as investigações.
Já os advogados de Berlusconi pretendem apresentar aos juízes da Quarta Seção Penal do Tribunal de Milão um pedido de suspensão dos julgamentos até a decisão final da Corte.
Em abril, os deputados italianos aprovaram uma declaração de que há um conflito de atribuições entre o Parlamento e o Poder Judiciário no processo contra o primeiro-ministro.
Segundo eles, a Procuradoria de Milão, que tem cuidado do caso, desrespeitou a resolução votada em 3 de fevereiro pela Câmara, que dizia que o órgão não era competente, por motivos territoriais e políticos, para realizar as investigações.
Os deputados defendem que, apesar da resolução, a juíza de investigações preliminares de Milão, Cristina Di Censo, acolheu o pedido de julgamento imediato de Berlusconi.
O premier é acusado pelos promotores de ter pagado para manter relações sexuais com mais de 30 mulheres no início do ano passado, durante festas que eram promovidas em sua residência em Arcore. Uma das garotas, a marroquina Karima El-Mahroug, tinha menos de 18 anos na época. (ANSA)