
O partido ultranacionalista Liga, do vice-premiê e ministro de Infraestrutura da Itália, Matteo Salvini, afirmou que a França “deveria se acalmar” após convocar a embaixadora italiana e o enviado dos Estados Unidos em Paris.
“Primeiro, a reação exagerada às opiniões simples e respeitosas de Matteo Salvini contra o envio de soldados europeus à Ucrânia, agora, o ataque aos Estados Unidos em relação ao antissemitismo e à convocação do embaixador. A situação internacional é muito delicada e exige bom senso e compostura”, disse o deputado da Liga, Paolo Formentini, chefe do Departamento de Relações Exteriores da sigla, à agência Ansa.
O político italiano enfatizou ainda que confia “que todos recuperarão a calma necessária e que Paris evitará perder mais tempo convocando embaixadores de todo o mundo”.
No último fim de semana, a embaixadora italiana em Paris foi convocada pelo governo do presidente Emmanuel Macron para prestar esclarecimentos sobre as declarações “inaceitáveis” do vice-premiê e ministro de Infraestrutura, Matteo Salvini.
O líder da Liga criticou Macron por seu apoio ao envio de tropas para a Ucrânia e usou o dialeto milanês para falar que ele deveria ir pessoalmente à Ucrânia combater na guerra deflagrada pela Rússia há mais de três anos.
A França convocou o embaixador dos EUA em Paris, Charles Kushner, também após seus comentários “inaceitáveis” contra o presidente francês, a quem o diplomata acusou de “não tomar medidas suficientes” na luta contra o antissemitismo.
“As acusações do embaixador são inaceitáveis. Elas violam o direito internacional, em particular o dever de não interferir nos assuntos internos dos Estados, conforme estipulado na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961”, enfatizou o governo francês.
Os Estados Unidos, no entanto, recusaram-se a recuar diante das palavras do representante diplomático. “Mantemos suas declarações”, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Tommy Pigott, sobre Kushner, sogro da filha do presidente Donald Trump, Ivanka.
“O embaixador Kushner é o representante do governo americano na França e está fazendo um excelente trabalho promovendo nossos interesses nacionais nessa função”, concluiu Pigott.