
A porta-voz da delegação italiana do Global Movement to Gaza, que coordena as expedições da Global Sumud Flotilla, Maria Elena Delia, anunciou que quatro parlamentares do país estarão a bordo das embarcações que pretendem romper o cerco israelense e entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
O grupo contará ainda com a presença do presidente da União das Comunidades Islâmicas da Itália (Ucoii), Yassine Lafram.
“Anuncio que a eurodeputada da Alleanza Verdi e Sinistra, Benedetta Scuderi, e três representantes de dois outros partidos viajarão conosco: o deputado Arturo Scotto, do partido Democrata, a eurodeputada Annalisa Corrado, também do Democrata, e o senador Marco Croatti, do Movimento 5 Estrelas. Eles decidiram embarcar nessa. Vocês podem imaginar a importância disso”, afirmou Delia no Senado.
A porta-voz também chamou de “sequestro” uma possível interceptação israelense nos barcos da Global Sumud Flotilla.
“Aquilo que para a marinha de Israel é prisão, para mim é rapto, já que estaremos em águas internacionais”, disse Delia, em referência ao que fez o governo de Benjamin Netanyahu com ativistas da ONG na última expedição, antes de deportá-los.
Em nota, o Movimento 5 Estrelas pediu à primeira-ministra, Giorgia Meloni, e ao Ministério das Relações Exteriores para “proteger a Global Flotilla”, após Israel afirmar que irá tratar “como terroristas” a tripulação da nova missão humanitária.
“O governo italiano tem o dever de cuidar e de proteger nossos cidadãos e será corresponsável de qualquer ato ilegal que venha a ser cometido contra eles [os italianos na flotilha]”, disse o partido em comunicado.
Já Scotto e Corrado, filiados ao partido Democrata, definiram o trabalho da Global Sumud Flotilla como “uma das maiores missões humanitárias dos últimos anos, sendo importante apoiar os ativistas [que integram o grupo] vindos de todo o mundo”.
Por sua vez, Scuderi justificou sua presença em uma das embarcações como uma forma de denunciar “o genocídio palestino” feito pelas forças israelenses.
“Esta missão destaca as deficiências da política e dos governos em relação ao genocídio palestino”, afirmou a eurodeputada.
Para o presidente da Ucooi, que se colocará “em risco” ao se dirigir para Gaza, “não se pode mais continuar a falar, é preciso agir”.
“Nossa escolha é representar todos os muçulmanos na Itália, e certamente as palavras do cardeal de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa, nos confortaram ao compartilhar essa decisão. Não abandonar Gaza é um ato de coragem e esperança. Minha participação não é um desafio, mas uma ação humana e humanitária”, declarou Lafram.
Devido ao mau tempo na Espanha, que atrasou a partida da primeira etapa da expedição, Delia informou que os barcos devem sair da Itália no próximo dia 7, ao invés do dia 4.