
O Papa Leão XIV fez um apelo por uma reflexão sobre “os muitos países e povos que têm fome e sede de justiça, porque suas condições de vida são tão injustas e desumanas que são inaceitáveis”.
A declaração foi dada pelo Pontífice em seu discurso na Praça São Pedro, no Vaticano, perante milhares de peregrinos que participam do Jubileu da Justiça.
O religioso pediu uma reflexão “sobre um aspecto da justiça que muitas vezes não é suficientemente abordado: a realidade de tantos países e povos que têm fome e sede de justiça, porque suas condições de vida são tão injustas e desumanas que são inaceitáveis”.
Citando Santo Agostinho, Robert Prevost afirmou que “é impossível ter direitos em um Estado onde não há verdadeira justiça”. Segundo ele, “essas decisões, sempre válidas, devem, portanto, ser aplicadas ao atual cenário internacional”.
“As palavras exigentes de Santo Agostinho inspiram-nos a todos a dar sempre o melhor de nós no exercício da justiça a serviço do povo, com os olhos fixos em Deus, a fim de respeitar plenamente a justiça, o direito e a dignidade das pessoas”, destacou.
Em seu discurso, o Papa enfatizou ainda a importância da justiça “diante dos diversos conflitos que podem surgir da ação individual, ou da perda do bom senso que pode afetar até mesmo instituições e estruturas”.
Além disso, reforçou que “a justiça se torna concreta quando é direcionada aos outros, quando cada pessoa recebe o que merece, até que a igualdade de dignidade e oportunidade entre os seres humanos seja alcançada”.
Na sequência, lamentou “que haja uma discriminação crescente, cujo primeiro efeito é justamente a falta de acesso à justiça”.
“A verdadeira igualdade, por outro lado, é a possibilidade de todos realizarem suas aspirações e terem garantidos os direitos inerentes à sua dignidade, amparados por um sistema de valores comuns e compartilhados, capazes de inspirar normas e leis que sustentem o funcionamento das instituições”, afirmou.
Por isso, pediu a todos os envolvidos no sistema de justiça a “buscar ou recuperar valores esquecidos na convivência, a cuidar deles e a respeitá-los”.