
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, revelou que ela e outros ministros do seu governo, entre eles o vice-premiê Antonio Tajani, foram denunciados ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por suposta cumplicidade no “genocídio” na Faixa de Gaza.
De acordo com a chefe de governo italiana, que foi entrevistada em um programa da RAI, além dela e do chanceler, o ministro da Defesa do país, Guido Crosetto, e o CEO da Leonardo, Roberto Cingolani, também foram denunciados.
Eu, os ministros Tajani e Crosetto e o CEO da Leonardo, Roberto Cingolani, fomos denunciados ao Tribunal Penal Internacional por cumplicidade em genocídio. Agora acredito que não há outro caso no mundo e na história de uma denúncia deste tipo”, disse Meloni.
A premiê não deu mais detalhes sobre o assunto, mas admitiu que o clima político na Itália está se tornando cada vez mais “bárbaro”. Meloni acrescentou que prefere não contar mais as ameaças de morte que recebe.
“Temo um clima que está se tornando significativamente mais bárbaro. Vejo tantas coisas que estamos começando a tomar como certas, e elas não são. Não conto mais as ameaças de morte, nem tenho tempo para denunciá-las. E eu acho que há responsabilidades, por exemplo, daqueles que dizem que tenho sangue nas mãos ou que eu e este governo é cúmplice de genocídio”, explicou a política.
Meloni defendeu que a Itália não autoriza novos envios de armas para Israel e elogiou a “rígida” postura do país em relação ao conflito na Faixa de Gaza.
“Estamos entre as nações europeias com a postura mais rígida. A França tomou a decisão de reconhecer o Estado da Palestina um ano depois de nós. Mantivemos a postura mais rígida e estamos sendo acusados de coisas que não fizemos”, avaliou.