
O Papa Leão XIV destacou “o forte vínculo que une” o Vaticano e o povo da Itália e as “cordiais relações bilaterais” entre os dois países, durante uma visita oficial ao presidente da República, Sergio Mattarella, no Palácio do Quirinale, em Roma.
“Trata-se, afinal, de uma feliz união que tem suas raízes na história desta península e na longa tradição religiosa e cultural deste país”, disse o pontífice americano em sua primeira recepção na residência do chefe de Estado italiano, que é um antigo palácio papal.
Durante o encontro, Leão XIV também abordou a atual situação do mundo, marcada pela coexistência de “tantos sinais de esperança e muitas situações de grave sofrimento”.
“O primeiro compromisso a esse respeito que gostaria de recordar é o pela paz. São numerosas as guerras que devastam nosso planeta”, disse o Papa, pedindo que a humanidade cultive e promova “os princípios de justiça, igualdade e cooperação entre os povos”.
Além disso, ressaltou que é importante proteger a vida “em todas as suas fases, desde a concepção até o momento da morte”, em uma crítica indireta ao aborto, que é permitido na Itália há mais de 40 anos.
Mattarella, por sua vez, disse que a visita de Robert Prevost expressa a “ligação imprescindível entre a Santa Sé e a Itália” e também alertou que o mundo enfrenta “tempos de grande dificuldade”, com o multilateralismo sendo “progressivamente deixado de lado”.
Além disso, acenou à guerra no Oriente Médio e pediu um impulso à solução de “dois povos, dois Estados”, para a disputa de décadas entre Israel e Palestina. “Essa é a única condição para a paz e a segurança duradouras”, salientou o presidente, acrescentando que o cessar-fogo na Faixa de Gaza representa uma “centelha de esperança”.
Mattarella ainda criticou a “agressão russa em larga escala na Ucrânia, que continua a semear morte e destruição e a jogar uma inquietante sombra de insegurança em todo o continente europeu”.