Autoridades da Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais (Digos) de Nápoles prenderam o casal italiano Giampaolo Tarantini e Angela Devenuto sob acusação de cumplicidade em crime de extorsão de forma continuada.
O caso envolve o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi.
A detenção foi executada sob mandado de prisão cautelar emitido pela juíza de Nápoles, Amelia Primavera.
A investigação havia sido antecipada pela revista semanal italiana Panorama em sua edição do dia 24 de agosto. De acordo com a publicação, mais três nomes estão sendo investigados, entre eles o de Valter Lavitola, diretor e editor do jornal Avanti!.
Segundo a revista, a Procuradoria de Nápoles trabalha com a hipótese de que Tarantini teria recebido um montante de 500 mil euros para evitar que o nome de Berlusconi aparecesse em um processo judicial no qual o italiano era o único investigado.
A acusação é de que o dinheiro foi usado para convencer Tarantini a dizer que o premier não sabia do que acontecia em algumas festas e a impedir que o processo se tornasse público, o que acarretaria a difusão de interceptações telefônicas que poderiam comprometer Berlusconi.
As investigações são conduzidas pelos procuradores Henry John Woodcock, Francesco Curcio e Vincenzo Piscitelli.
Em declarações à revista, o premier negou ter sido vítima de extorsão e declarou que "ajudou uma pessoa [Tarantini] e uma família com filhos que se encontrava, e se encontra, em graves dificuldades econômicas".
"Não fiz nada de ilícito, limitei-me a ajudar um homem desesperado, sem pedir nada em troca", afirmou Berlusconi.
O casal foi preso nesta manhã, em sua casa em Roma. Eles foram levados à prisão de Poggioreale.
Nessa residência de Roma, Tarantini passou alguns meses sob prisão domiciliar, no âmbito de uma investigação da Procuradoria de Bari sobre posse e venda de drogas em festas.