
A maioria dos Estados-membros da União Europeia (UE) aprovou, a proibição de importação de gás natural russo para o bloco a partir do final de 2027.
A decisão foi tomada durante uma reunião dos ministros da Energia, realizada em Luxemburgo, e responde a uma proposta apresentada pela Comissão Europeia em maio.
A medida, que ainda será negociada com o Parlamento Europeu, será implementada em três fases, com o objetivo de eliminar totalmente a dependência energética da Rússia até dezembro de 2027.
Apesar do amplo apoio, Hungria e Eslováquia votaram contra a proposta, alegando dificuldades para adaptar seus sistemas energéticos e a elevada dependência do gás russo.
De acordo com o plano, a partir de 1º de janeiro de 2026, estarão proibidas novas assinaturas de contratos com fornecedores russos. Em seguida, contratos de curto prazo já existentes deverão expirar até 17 de junho de 2026, e contratos de longo prazo terão de ser encerrados até 31 de dezembro de 2027.
“A decisão tomada hoje delineia o futuro de um continente que não precisará mais financiar a máquina de guerra russa”, afirmou o ministro da Energia e Clima da Dinamarca, Lars Aagard.
O comissário europeu de Energia, Dan Jorgensen, declarou estar “extremamente satisfeito” com o resultado e ressaltou a excepcionalidade da medida: “A UE nunca tomou tais ações contra um país. Estamos enviando um sinal muito claro a Moscou: nunca mais seremos dependentes da energia de um Estado agressor.”
Já o governo italiano reafirmou seu “pleno apoio” aos objetivos do novo regulamento e manifestou “satisfação pela incorporação de muitas das propostas apresentadas pela Itália”.
No entanto, Roma também destacou que “ainda há preocupações, especialmente quanto à exigência de autorização prévia imposta a importadores” de gás originário de “um grupo específico de países produtores”.
A Itália espera ainda que “a Comissão Europeia mantenha um monitoramento constante e faça uma avaliação rigorosa dos efeitos dessa medida sobre os preços da energia”.