
Morreu a ex-militante do grupo terrorista italiano de extrema-esquerda Brigadas Vermelhas Anna Laura Braghetti aos 72 anos, vítima de problemas de saúde.
O anúncio foi feito pela família.
“Nossa querida Anna Laura nos deixou, rodeada pelo amor de sua família e amigos. O funeral será privado”, informou a nota.
Braghetti teve um papel fundamental no sequestro do ex-primeiro-ministro da Itália Aldo Moro em 1978, que, após dois meses de cativeiro, foi assassinado em maio daquele ano, sendo seu corpo encontrado com 10 marcas de tiros em um carro vermelho na via Caetani, em Roma, próximo à sede de seu partido, a Democracia Cristã.
“Anna Laura Braghetti é certamente uma figura central na história das Brigadas Vermelhas e não é o tipo de enfermeira da Cruz Vermelha que apareceu no filme [“Bom dia, noite”] de [Marco] Bellocchio”, comentou o advogado da família de Moro, Valter Biscotti, sobre o falecimento da integrante do grupo.
“Ela participou do assassinato de Vittorio Bachelet [ex-vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura italiano e membro da Democracia Cristã executado em 1980) e desempenhou um papel importante no sequestro de Aldo Moro, pois não era só a dona do apartamento na Via Montalcini [cativeiro de Moro], como também foi uma das três pessoas que ouviram a voz do presidente da Democracia Cristã [Moro] dentro da prisão popular”, acrescentou Biscotti.
Além dos nomes mencionados, Braghetti participou de outras ações sanguinárias das Brigadas Vermelhas, como a de 3 de maio de 1979, quando ela e seu colega militante Francesco Piccioni dispararam contra um carro da polícia que havia respondido a um ataque terrorista do grupo contra à sede da Democracia Cristã no centro de Roma.
Presa em 27 de maio de 1980, Braghetti foi julgada e condenada à pena perpétua, mas nunca se arrependeu de seus crimes.
Em 1981, casou-se na prisão com Prospero Gallinari, líder histórico das Brigadas Vermelhas, de quem se separou posteriormente.
Em 2002, após 22 anos de cárcere, obteve liberdade condicional e passou a trabalhar na associação Arci, onde foi uma das coordenadoras de um projeto da União Europeia para empregar ex-presidiários.



