
O Ministério Público de Milão, na Itália, pediu a condenação da empresária Chiara Ferragni a um ano e oito meses de prisão por fraude agravada em campanhas beneficentes, escândalo que abalou o império da influenciadora digital mais seguida do país.
Para os procuradores Eugenio Fusco e Cristian Barilli, que lideram a acusação, Ferragni enganou seguidores e consumidores e obteve lucros indevidos de 2,2 milhões de euros (R$ 13,7 milhões) com a venda de pandoros (doce natalino típico da Itália) e ovos de Páscoa falsamente associados a ações de caridade.
Comercializados entre 2021 e 2023, os produtos carregavam a imagem da influenciadora e prometiam o repasse do faturamento para um hospital infantil em Turim, no caso do pandoro, e uma ONG voltada a menores com deficiência, no caso do ovo de Páscoa.
No entanto descobriu-se que as doações foram feitas antes mesmo de as campanhas começarem e com valores muito menores do que os arrecadados posteriormente.
Em meio à repercussão negativa do caso, que levou à perda de diversos contratos de publicidade, a influenciadora italiana doou 1 milhão de euros (R$ 6,2 milhões) ao hospital e 1,2 milhão (R$ 7,5 milhões) à ONG em questão.
Além disso, Ferragni já fechou um acordo com associações de direitos de defesa dos consumidores para ressarcir pessoas afetadas pelo caso.
Ainda assim, ela alega inocência.
“Nós fizemos tudo em boa fé, ninguém lucrou com isso”, disse a empresária em declaração espontânea no tribunal nesta terça-feira. A defesa dela deve fazer suas alegações finais na próxima audiência do processo.
O MP de Milão também pediu a condenação de Francesco Cannillo, presidente da Cerealitalia (dona da marca Dolci Preziosi, fabricante do ovo de Páscoa), a um ano de prisão, e de Fabio Damato, ex-colaborador de Ferragni, a um ano e oito meses.
Alessandra Balocco, presidente da Balocco, fabricante do pandoro, também era ré, mas faleceu durante o processo.



