O Poder Executivo da União Europeia disse que ainda “não pode” confirmar uma missão para assinar o acordo de livre comércio com o Mercosul na cúpula de líderes do bloco sul-americano em 20 de dezembro, em Foz do Iguaçu.
“As negociações [entre os 27 Estados-membros] estão em curso, então ainda não podemos confirmar”, disse um porta-voz da Comissão Europeia, ao ser questionado sobre uma possível viagem da presidente Ursula von der Leyen para o Brasil.
“Esperamos que existam as condições para permitir [a assinatura]”, acrescentou o representante de Bruxelas.
Já o ministro da Agricultura da Itália, Francesco Lollobrigida, destacou que não se deve ter pressa para firmar o tratado.
“Se der tempo [de assinar em 20 de dezembro], então quanto antes, melhor. Se não der, significará que precisaremos de mais tempo, mas o objetivo da Itália é proteger o sistema produtivo europeu”, salientou.
Os países do Mercosul garantem estar prontos para assinar o acordo comercial, que é negociado há mais de 20 anos, porém ainda há resistência dentro da UE, sobretudo da França, que pede garantias maiores sobre o uso de pesticidas para proteger o agro europeu.
O Executivo da UE já apresentou formalmente um mecanismo de salvaguarda para tutelar o setor contra flutuações excessivas nos preços e nas importações de produtos sul-americanos após a entrada em vigor do tratado.
Por meio desse sistema, Bruxelas vai monitorar o comércio de itens agropecuários do Mercosul considerados “sensíveis”, incluindo carne bovina e de frango, arroz, mel, ovos, etanol e açúcar, e divulgará a cada seis meses um relatório sobre o andamento dos mercados na UE.
Se as importações aumentarem pelo menos 10% em relação ao ano anterior, ou se os preços forem pelo menos 10% menores na comparação com equivalentes europeus, o bloco abrirá uma investigação que poderá levar à suspensão temporária das tarifas reduzidas.
