
O governo da Itália afirmou que exige apenas “reciprocidade” para dar seu apoio ao acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul, que ainda enfrenta resistência de alguns países devido a preocupações com o setor agrícola.
“Sobre o Mercosul, digo claramente: a única coisa que pedimos é que existam regras de reciprocidade”, declarou o ministro italiano da Agricultura, Francesco Lollobrigida, acrescentando que o tratado comercial é “obviamente uma oportunidade”.
Pouco antes, a premiê Giorgia Meloni havia dito que assinar o acordo nesta semana, como querem o Mercosul, a Comissão Europeia e países como Alemanha e Espanha, seria “prematuro”, além de cobrar medidas “adicionais” para proteger os agricultores europeus.
Apesar disso, a primeira-ministra mostrou otimismo com a aprovação do acordo em 2026. “Estou muito confiante de que, com o início do ano que vem, todas as condições serão atendidas”, salientou Meloni.
Para ser chancelado na UE, o texto precisa do aval de pelo menos 15 dos 27 Estados-membros, representando no mínimo 65% da população do bloco. Países populosos, como França e Polônia, se opõem, porém precisavam que a Itália se juntasse ao grupo para travar a aprovação.
A principal demanda de Roma é que o acordo assegure reciprocidade para o setor agropecuário em questão de regras trabalhistas e uso de pesticidas e outros aditivos, alguns dos quais são proibidos no bloco europeu, mas utilizados amplamente por produtores sul-americanos.
“Aquilo que é imposto aos nossos produtores, como regras sobre direitos trabalhistas, pesticidas, antibióticos, deve ser garantido nos produtos que chegam, que frequentemente têm preços mais baixos devido a custos de produção menores”, reforçou Lollobrigida.



