O sucesso do humorista Beppe Grillo e o movimento Cinco Estrelas embaralhou a política italiana.
Grillo defende a saída da Itália da zona do euro e a redução da jornada de trabalho semanal para 20 horas. Mesmo com acusações de populismo e sem um plano de governo, ele atraiu um em cada quatro eleitores, italianos cansados dos políticos tradicionais, com quem Grillo promete não fazer alianças.
"Essa história de coalizões acabou", foi o recado às coligações que terminaram nas primeiras colocações. Na Câmara dos Deputados, a vantagem da coalizão de centro-esquerda, liderada por Pier Luigi Bersani, foi mínima, mas suficiente para garantir uma maioria contra a coalizão de centro-direita comandada por Silvio Berlusconi.
A situação dramática foi no Senado da República. Lá, Bersani e Berlusconi praticamente empataram e não conseguiram maioria absoluta, fundamental para levar um governo adiante no sistema parlamentarista. Sem governo, a Itália pode voltar às urnas, levando a uma onda de incertezas lá, na Europa e nos mercados, que responderam com pessimismo.