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POLÍTICA ITALIANA: Enrico Letta anunciará a renúncia ao cargo de primeiro-ministro da Itália

Enrico LettaApós a direção do Partido Democrático (PD) aprovar por 136 votos a 16 a troca de governo proposta pelo seu secretário e prefeito da Florença, Matteo Renzi, o primeiro-ministro Enrico Letta (que pertence à sigla) anunciou que vai entregar o seu pedido de renúncia.

"Após a decisão, eu informei ao presidente da República, Giorgio Napolitano, sobre minha vontade de me dirigir a ele amanhã para entregar minha renúncia como presidente do Conselho dos Ministros", afirmou o premier.

Com isso, o governo italiano deve ser assumido por Renzi, que foi eleito líder do PD no final do ano passado. Desde então, o prefeito e seus aliados vêm exercendo uma intensa pressão sobre Letta, a quem acusam de lentidão. Desde que tomou posse em abril de 2013, chefiando uma delicada coalizão entre a centro-esquerda e a centro-direita, Letta enfrentou inúmeras crises políticas, além dos problemas econômicos que cercam o país.

Em outubro, Silvio Berlusconi chegou a retirar seu apoio ao governo por conta do seu processo de cassação, que avançava no Congresso. Por isso, o premier teve que pedir um voto de confiança na Câmara e no Senado para continuar no comando do Executivo. No entanto, em cima da hora e após um racha no seu antigo partido, o Povo da Liberdade (PDL), o Cavaliere recuou e a continuação do mandato de Letta foi referendada pelos parlamentares.

Cerca de dois meses depois, Berlusconi protagonizou outra crise. Às vésperas de ser cassado, ele retirou da base aliada a sua nova legenda, o Forza Italia (FI), fazendo com que o primeiro-ministro tivesse que pedir outro voto de confiança. Mas mesmo tendo a manutenção da sua administração novamente aprovada pelo Congresso, a ascensão de Matteo Renzi dentro do PD iniciou uma forte pressão sobre ele.

Com apenas 39 anos, o prefeito de Florença é conhecido pelo estilo agressivo de fazer política, e nos últimos meses não poupou críticas à situação atual da Itália, mesmo o premier sendo do seu próprio partido. Com apoio maciço dentro da legenda, Renzi propôs  à sua direção uma substituição no Executivo para iniciar "uma nova fase" no país. Chancelada com ampla maioria, a medida foi um golpe final sobre Enrico Letta, que se viu sem apoio para continuar no poder.

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