
O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, falou em seu pronunciamento de final de ano, transmitido pela televisão, sobre a crise econômica, as desigualdades sociais e as reformas necessárias para o bom andamento do país.
De acordo com o chefe de Estado, a Itália viveu em 2009 um período difícil, que suscitou preocupações e inquietações.
"Podemos dizer que um grande esforço foi alcançado e que resultados importantes foram conseguidos a nível mundial", completou.
Napolitano também disse que a população viveu um ano muito agitado no plano político, mas que isso não impediu que as instituições fizessem operações concretas e que houvesse compromisso comum e convergência positiva.
"Ao mesmo tempo, na camada mais ampla e profunda da sociedade, se reagiu à crise com inteligência e senso de responsabilidade da parte das empresas, famílias e do mundo do trabalho", acrescentou.
O presidente disse que a Itália pagou um alto preço, principalmente em relação ao desemprego. Para superar completamente a crise, continuou o político, é preciso "olhar com coragem a realidade nos seus aspectos mais críticos".
Segundo Napolitano, a falta de oportunidades para os jovens e as desigualdades sociais, principalmente na região Sul do país, são questões que "demandam estar no centro da atenção política e social e portanto, das ações públicas".
O presidente também citou como indispensáveis as reformas que devem ser conduzidas pelo governo, entre elas a fiscal, a institucional e a da justiça. "Delas depende um mais eficaz funcionamento do Estado a serviço dos cidadãos e do desenvolvimento do país", explicou.
O chefe de Estado italiano fez duras críticas ao racismo e disse que é necessária uma maior sobriedade no estilo de vida, além de mais atenção e fraternidade nos relacionamentos interpessoais.
Como exemplo, Napolitano citou a recente agressão sofrida pelo premier do país, Silvio Berlusconi, que feriu o nariz e o rosto após ser atingido por uma miniatura no encerramento de um comício em Milão.
"Posso assegurar que estou decidido a perseverar no meu empenho por uma maior unidade da nação: um compromisso que exige ainda tempo e paciência, mas do qual não desistirei", afirmou.