
O advogado Rodolfo Yanzón, defensor de Leonardo Bertulazzi, ex-integrante do grupo terrorista de extrema esquerda Brigadas Vermelhas, mostrou otimismo com a situação de seu cliente após apresentar um habeas corpus à Justiça argentina contra a extradição do italiano.
Os comentários do representante do europeu foram concedidos à agência Ansa pouco tempo depois de a Suprema Corte da Argentina ter expressado um parecer favorável à extradição do ex-terrorista.
Yanzón afirmou que tem “boas expectativas” com o recurso apresentado que pede a “suspensão urgente de qualquer medida destinada a executar a extradição” até que as autoridades decidam sobre um segundo caso ainda pendente sobre sua condição de refugiado.
O advogado, que ficou surpreso ao ver agentes da Polícia Federal Argentina e da Interpol buscarem Bertulazzi em seu apartamento no pitoresco bairro de San Telmo para levá-lo ao quartel da divisão antiterrorismo, também ressaltou que uma possível execução imediata da extradição representaria “um escândalo”.
“Nem o Procurador-Geral nem a Suprema Corte analisaram a questão mais sensível do caso, que é a existência da condição de refugiado que concede proteção ao meu cliente. De qualquer forma, também apresentaremos uma denúncia em nível internacional e continuaremos insistindo neste ponto”, declarou.
Nos últimos meses, diversos veículos de comunicação apontaram que a extradição de Bertulazzi faz parte de um pacto fechado na mais alta camada das instituições argentina e italiana: o ex-membro das Brigadas Vermelhas em troca do resgate de Franco Reverberi, um padre implicado nos crimes da ditadura sul-americana dos anos 1970.
O pedido de extradição contra Bertulazzi se baseia em uma condenação na Itália a 27 anos de prisão pelo sequestro do engenheiro naval Pietro Costa, em 1977.