Notícias

POLÍTICA: Primeiro-ministro italiano Matteo Renzi e Silvio Berlusconi acertam reforma eleitoral

O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, e o ex-premier Silvio Berlusconi chegaram a um acordo sobre a reforma da lei eleitoral do país. Segundo um comunicado conjunto divulgado logo após uma reunião entre os dois líderes, a aliança entre seus partidos em torno da questão é "mais sólida do que nunca".

O encontro durou cerca de uma hora e meia e ocorreu no palácio Chigi, sede do governo italiano. O projeto havia sido acertado entre Renzi e Berlusconi no início do ano, em um acordo conhecido como "Pacto do Nazareno", em referência ao nome da rua onde fica o prédio do governista Partido Democrático (PD) em Roma. A negociação marcou a primeira vez na história em que o ex-primeiro-ministro entrou no quartel-general da principal legenda de centro-esquerda da Itália. No entanto, durante os últimos meses foram surgindo divergências entre os dois, principalmente quanto ao chamado "prêmio de maioria".

O texto inicial estabelecia um "bônus" para a sigla ou coalizão que saísse vencedora em uma eventual votação – mas desde que ela conquistasse 37% das cadeiras na Câmara dos Deputados. Contudo, o PD deseja rever esse valor para 40% – o mesmo número alcançado pelo partido nas últimas eleições europeias -, mas Berlusconi era contra. Na reunião desta quarta, Renzi conseguiu convencer o líder do conservador Forza Italia (FI) a aceitar a mudança. Ainda persistem divergências quanto às cláusulas de barreira para siglas e alianças entrarem no Parlamento, mas, segundo o comunicado, não é nada que impeça a aprovação do projeto no Senado em dezembro.

Eles também concordaram em fazer a legislatura atual permanecer no poder até 2018. "Ainda que em frentes opostas, situação e oposição poderão trabalhar juntas pelo interesse do país", diz a nota de Renzi e Berlusconi.

Em uma eventual eleição, caso ninguém supere o patamar de 40% para conquistar o prêmio de maioria, será realizado um segundo turno entre os dois partidos ou alianças mais votados para definir quem terá direito ao bônus. Contudo, tais regras, incluindo as cláusulas de barreira, valerão apenas para a Câmara, já que Renzi apresentou uma lei para reduzir os poderes dos senadores e acabar com o bicameralismo paritário no país.

O texto, que já foi aprovado pelos deputados, aguarda para ser votado no Senado, onde a base aliada tem uma maioria muito apertada. Por isso, o projeto passará mais facilmente com o apoio do oposicionista Forza Italia.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios