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UNIÃO EUROPEIA: Nova Democracia busca coalizão pró-resgate na Grécia

O partido de centro-direita da Grécia Nova Democracia vai tentar formar uma coalizão que apoie o resgate internacional ao país, após obter uma vitória apertada nas eleições de domingo que aliviou os temores de uma saída repentina do euro.

Ações europeias e o euro abriram em alta após o resultado da votação, e as ruas de Atenas estavam tranquilas depois que o líder do Nova Democracia, Antonis Samaras, prometeu agir rapidamente para formar um governo. Ele recebeu do presidente Karolos Papoulias um mandato para montar uma coalizão.

O socialista Pasok, uma antiga potência política que atualmente é apenas a terceira força, indicou que vai apoiar a coalizão, mas ainda não anunciou se fará parte do governo ou se o apoio será apenas parlamentar.

Vivendo uma profunda recessão, afundado em sua enorme dívida pública e enfrentando risco de revoltas populares, a Grécia enfrenta uma difícil tarefa de reconstruir sua economia praticamente falida, e um novo governo pode enfrentar uma nova onda de protestos após tomar posse.

"A crise foi adiada, não necessariamente evitada", disse Theodore Couloumbis, analista político e vice-presidente do instituto de estudos de Atenas ELIAMEP.

"Para esse governo durar ele precisa mostrar resultados. Você não pode continuar com desemprego de 50 por centro entre os jovens e um quinto ano consecutivo de recessão", acrescentou.

O bloco radical de esquerda Syriza, que tinha prometido abandonar os termos do resgate assinado em março com a União Europeia e o FMI, teve resultado firme na eleição e seu líder, Alexis Tsipras, prometeu manter sua oposição às medidas de austeridade impostas pelos credores internacionais.

Com quase 100 por cento dos votos apurados, o Nova Democracia ficou com 29,7 por cento dos votos, à frente dos 27 por cento do Syriza, com o Pasok em terceiro, com 12,3 por cento.

Um prêmio de 50 cadeiras dado automaticamente ao partido que fica em primeiro lugar daria teoricamente à aliança Nova Democracia-Pasok 162 assentos entre os 300 do Parlamento, o que seria necessário para formar uma coalizão que apoia o resgate de 130 bilhões de euros ao país.

"O resultado mostrou que o povo quer o euro, mas a sociedade continua dividida. O Syriza será um militante da oposição, possivelmente complicando os esforços do novo governo", disse uma autoridade do Nova Democracia, sob condição de anonimato.

Nos mercados, o alívio foi breve. Apesar de o FTSEUROFIRST 300 ter subido 1,1 por cento na abertura, o índice devolveu os ganhos com menos de duas horas, com os problemas sobre a zona do euro levando os investidores de volta à realidade. A alta do euro também evaporou.

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