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Partido aliado “Liga Norte” salva Berlusconi em eleição regional na Itália

Os candidatos governistas conquistaram o controle de quatro regiões que estavam nas mãos da oposição, na eleição desta semana na Itália, e o partido direitista Liga Norte emergiu como grande força da coalizão governista.

Apesar do avanço do desemprego e da lentidão da recuperação econômica após a pior recessão do pós-guerra, a fragmentada oposição de centro-esquerda manteve apenas 7 das 11 regiões que governava, sofrendo suas piores derrotas no próspero norte do país.

O partido Povo da Liberdade, do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, passou de 2 para 4 regiões, enquanto seus aliados da Liga Norte conquistaram duas. O governo temia um fiasco eleitoral semelhante ao sofrido pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, nas eleições regionais deste mês no seu país.

Com um comparecimento às urnas excepcionalmente baixo, a decisão de Berlusconi de entrar em campanha para mobilizar seus seguidores parece ter dado certo.

O expressivo desempenho, inclusive com a inesperada vitória no Lacio, região onde fica Roma, parece ser um reconhecimento à mão firme do ministro da Economia, Giulio Tremonti, no controle de gastos públicos, o que poupou a Itália de crises como a da Grécia e de outros países mediterrâneos.

"Se o governo tivesse ido mal (na eleição), poderia haver a tentação de abrir as torneiras dos gastos, mas podemos supor que a Itália manterá sua postura prudente em termos de gastos", disse o economista Gilles Moec, do Deutsche Bank em Londres.

A centro-esquerda, trucidada por Berlusconi na eleição nacional de 2008, e testando seu quarto líder em dois anos, manteve seus redutos tradicionais no centro e em parte do sul.

A Liga Norte, que faz campanha contra a imigração e para que o norte pare de subsidiar o menos desenvolvido e mais violento sul da Itália, aparece como clara vencedora, conquistando pela primeira vez o governo de duas regiões: o Vêneto, como já era esperado, e o Piemonte. Na Lombardia, grande centro industrial italiano, o partido reduziu sua distância em relação ao Povo da Liberdade.

"O povo quer federalismo, e vamos lhe dar isso rapidamente", disse Umberto Bossi, líder da Liga, prometendo reformas nas ricas regiões agora sob controle do seu partido. "A Esquerda não existe mais no norte", provocou.

Muitos italianos, particularmente no sul, ficaram alarmados com o desempenho da Liga até em algumas partes do sul da Itália. O partido agora deve pleitear mais ministérios.

"É um problema realmente sério, porque irá dividir a Itália em duas -nós do sul vamos ter de nos mudar para a Espanha", disse Paolo Pucci, morador da Campânia.

Apenas 64 por cento dos 41 milhões de eleitores italianos habilitados a votar foram às urnas, em 13 das 20 regiões do país. Na eleição regional anterior, em 2005, o comparecimento havia sido de 72 por cento.

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