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Após renúncia, ex-ministra italiana será interrogada

A ex-ministra do Desenvolvimento da Itália Federica Guidi será interrogada sobre o escândalo de tráfico de influência que provocou a sua renúncia.   

Segundo a Procuradoria de Potenza, no sul do país, Guidi será ouvida apenas como "pessoa informada" sobre o caso. Apesar de ser a mais afetada pelo episódio até aqui, ela não está sob investigação.   

A ex-ministra renunciou à pasta de Desenvolvimento Econômico na última quinta-feira (31), após ter sido flagrada em uma interceptação telefônica supostamente prometendo agir para favorecer as atividades empresariais de seu namorado, Gianluca Gemelli.   

Segundo a Promotoria de Potenza, ele cometeu tráfico de influência ao usar sua relação com a companheira para obter favores da petrolífera francesa Total. Para os investigadores, o empresário, que é dono de duas companhias do setor, queria ser incluído na lista de prestadores de serviços da multinacional, o que lhe renderia subcontratos milionários.   

Em troca, ele teria prometido a Giuseppe Cobianchi, dirigente da Total na Itália, convencer Guidi a inserir na Lei de Estabilidade de 2015 uma emenda que simplificasse a implantação do projeto Tempa Rossa, um grande depósito de petróleo situado na província de Potenza.   

O poço será explorado pelo grupo francês, que prevê produzir cerca de 50 mil barris por dia. O caso gerou uma moção de desconfiança da oposição contra o governo de Matteo Renzi e fez com que a ministra para as Relações com o Parlamento Maria Elena Boschi, braço direito do premier, também fosse interrogada como "pessoa informada" sobre o caso, já que assinou a emenda em questão.   

Foi divulgada uma nova interceptação que indica que a relação entre Guidi e Gemelli já não andava bem. Em uma ligação de julho de 2014, a ex-ministra chora e diz ao namorado: "Você está me usando". No entanto, segundo os promotores, a frase não se refere à emenda que seria aprovada meses mais tarde.   

Além disso, uma fonte próxima a Guidi contou à ANSA que há tempos os dois só se veem a cada sete ou 15 dias. De acordo com o mesmo informante, a ex-ministra e Gemelli não têm mais "nenhum interesse em comum".

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