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Após soltura de Battisti, Itália chama embaixador no Brasil para consultas

O Ministério de Assuntos Exteriores da Itália convocou, para consultas, o embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca. A decisão, segundo o ministério, está relacionada à decisão do STF de negar a extradição do ativista Cesare Battisti, e tem caráter temporário. Roma pede a extradição de Battisti por quatro supostos assassinatos e cumplicidade em assassinato. A medida foi tomada para "aprofundar, conjuntamente com as autoridades competentes, os aspectos técnicos e jurídicos relacionados com a aplicação de acordos bilaterais existentes, visando a iniciativas e recursos ante as instâncias judiciais internacionais", acrescentou o comunicado no site da chancelaria.

A Itália manifestou na véspera indignação e revolta com a decisão do Brasil e anunciou que pode apresentar um recurso à Corte Internacional de Justiça de Haia.

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, expressou "grande desgosto" com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da libertação de Battisti.

"Não se leva em consideração a expectativa legítima de que se faça justiça, em particular para as famílias das vítimas de Battisti", lamentou Berlusconi em um comunicado oficial.

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, também condenou a decisão do Brasil e anunciou que apoiará qualquer recurso de Roma para tentar reverter a situação.

A decisão do STF "prejudica gravemente" os acordos assinados entre Itália e Brasil, afirmou Napolitano em um comunicado.

A Itália exigia a extradição de Battisti para que cumprisse a condenação à prisão perpétua no país, por suposta participação em quatro assassinatos cometidos na década de 70, nos chamados "anos de chumbo", quando era integrante de um grupo armado de ultraesquerda.

O 'caso Battisti' se arrastava nos tribunais brasileiros desde que o italiano foi detido no Rio de Janeiro em março de 2007.Battisti passou a maior parte dos últimos quatro anos na penitenciária da Papuda, a 25 km do centro de Brasília.

Battisti é reclamado pela Itália depois de ter sido condenado em 1993, à revelia, à prisão perpétua por quatro assassinatos e cumplicidade de assassinato, crimes dos quais se declara inocente.

A batalha da Itália para que Battisti cumpra a condenação não acaba com a decisão do STF, já que o país espera levar o caso ao órgão judicial da ONU, por considerar que foram violados os acordos entre os dois países.

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