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Após vitória na União Europeia, primeiro-ministro italiano Matteo Renzi cobra reformas na Itália

Após a vitória acachapante do Partido Democrático (PD) nas eleições para o Parlamento europeu na Itália, o primeiro-ministro Matteo Renzi – também secretário da sigla – afirmou que não há mais desculpas para não aprovar as reformas de que o país necessita.

Sua legenda, de orientação centro-esquerdista, alcançou 40,81% dos votos nas eleições europeias, contra apenas 21,16% do Movimento 5 Estrelas (M5S) e 16,82% do Forza Italia (FI), sigla liderada por Silvio Berlusconi. O resultado foi visto como um grande triunfo do premier, que assumiu o governo no último mês de fevereiro. Antes do pleito, a maioria das pesquisas apontava uma vitória do PD, mas por uma vantagem muito menor em relação ao M5S.

"Há quem diga que devemos festejar, mas seremos humildes e pacatos, porque temos o extraordinário dever de fazer as reformas.

O resultado mostra que existe uma Itália que não se entrega", afirmou Renzi.

No entanto, o primeiro-ministro não quis avaliar o resultado da votação como um referendo sobre ele ou a sua administração. "Não considero esse resultado uma legitimação pessoal. Ontem não venceu uma pessoa, foi uma foto de grupo. O belo ainda deve começar. O desafio foi lançado e nós estaremos à altura desse sonho", declarou.

Renzi também fez um apelo para o M5S, que acabou saindo como o grande derrotado nas eleições, já que seu líder e fundador, o comediante Beppe Grillo, esperava uma vitória do movimento. "Desejo que haja uma reflexão nos 5 Estrelas. Se esses parlamentares continuarem a usar o Parlamento como palco de show, perderão os seus eleitores. Mas se mudarem a postura, encontrarão ajuda para fazermos juntos as reformas", disse.

O resultado histórico atingido pelo PD, que conseguiu uma porcentagem de votos recorde, teve efeito imediato no mercado financeiro.

Barreira

Além do PD, do M5S e do Forza Italia, apenas outras três siglas conseguiram ultrapassar a cláusula de barreira de 4% necessária para entrar no Parlamento da UE. Em quarto lugar na votação, com 6,16%, ficou a legenda de extrema-direita Liga Norte, que irá integrar o grupo eurocético.

Já a Nova Centro-Direita (NCD), que faz parte da coalizão governista de Renzi, ficou com 4,38% do eleitorado, enquanto a lista Outra Europa com Tsipras, movimento de esquerda radical criado para apoiar a candidatura do grego Alexis Tsipras à presidência da Comissão Europeia, obteve 4,03%.

Por outro lado, Irmãos da Itália (3,66%), Verdes (0,89%), Escolha Europeia (0,71%), Itália dos Valores (0,65%), Partido Popular do Sul-Tirolês (0,50%) e Eu Mudo (0,17%) ficaram de fora. 

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