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CRISE: Itália e Espanha respondem por 69% da dívida soberana europeia, segundo estudo da Febraban

Com base na observação dos dados relativos à exposição dos bancos à dívida soberana europeia, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) conseguiu mapear 88%, ou 744 bilhões de euros, da dívida detida pelos bancos dos países considerados "High Spreads" pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que no final de 2010 somava 848 bilhões de euros. Nesta classificação feita pelo FMI estão Grécia, Itália, Espanha, Portugal, Bélgica e Irlanda.

O estudo, elaborado pelo economista-sênior da Febraban, Jayme Soares Alves Neto, foi divulgado como parte integrante do Informativo Semanal de Economia Bancária da entidade. De acordo com o economista, os 744 bilhões de euros estão lastreados em títulos entesourados por 42 instituições da região, incluindo 20 dos 25 bancos mais representativos da zona do euro.

"Na verdade, o que mostramos no estudo já vem sendo veiculado pela imprensa, mas chama a atenção o volume de dívida da Itália e da Espanha, que são mais representativas do que a soma da dívida dos demais países", alerta o economista. "Ou seja, qualquer problema nestes dois países seria maior do que um problema somando Grécia, Portugal, Bélgica e Irlanda", afirma Aves Neto. De acordo com ele, só para se ter uma ideia da importância da Itália e Espanha neste contexto de crise, enquanto a dívida destes dois países representa 69% do total da região, a soma da dívida de Portugal (5%), Grécia (13%), Bélgica (10%) e Irlanda (3%) resulta em 31%.

Para Alves Neto, os governantes da Europa deveriam agir mais rapidamente para evitar uma crise envolvendo as dívidas de Itália e Espanha e um consequente risco sistêmico. "Nesse sentido, fica evidente que problemas com relação à solvência dessas economias trariam efeitos sistêmicos bem mais relevantes ao mercado financeiro local", afirma o economista-sênior da Febraban.

Ainda segundo o estudo, outra característica relevante do endividamento é que, como se poderia esperar, os bancos dos países estariam mais expostos à dívida de seus próprios governos. Ou seja, os bancos gregos, por exemplo, concentram 52% da dívida soberana da Grécia; os bancos italianos, 44% da dívida italiana; os espanhóis, 78% da dívida soberana da Espanha e assim por diante.

"Já os bancos alemães e franceses, dado seu maior porte e estreita relação com estes países, também possuem destaques na exposição a essas dívidas", escreve no relatório o economista. Os bancos ingleses, a despeito de serem bastante representativos, possuem pouca exposição às dívidas desses países, uma vez que o país não faz parte da zona do euro.

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