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Artistas da Rússia e Ucrânia cantam pela paz no Pantheon de Roma

Um concerto pela paz realizado pelo Conservatório Santa Cecília no Pantheon, de Roma, colocou lado a lado no palco a jovem soprano ucraniana Sofiia Chaika e a musicista russa Anna Koshkina.

Além das jovens que veem seus países diretamente envolvidos na guerra, o evento contou com a presença de artistas da Itália, Venezuela e Belarus para reforçar o apelo pela paz no mundo.

“Eu não tenho problema nenhum em cantar com uma russa desde que ela não diga que [Vladimir] Putin está certo”, disse Anna pouco antes do concerto em um patrimônio da humanidade à agência Ansa.

Do outro lado, a jovem russa diz que a apresentação ao lado de sua amiga ucraniana “é algo verdadeiramente importante para mim porque esse concerto quer dizer que, apesar de tudo, é possível encontrar a paz através da música”.

“Eu vou cantar o hino ucraniano e quero cantá-lo para demonstrar que nós não queremos ser uma parte de outro país. Nós temos a nossa história. A Ucrânia não foi criada por Lênin como disse Putin recentemente, não é assim. Eu estudei e sei muito bem que as nossas raízes são antigas. Há séculos temos nossa cultura, nossos poetas e quero representar todos eles no meu hino”, acrescentou Sofiia.

Entre as canções apresentadas, estará o “Stabat Mater”, do compositor italiano Giovanni Battista Pergolesi, e que, segundo a cantora russa, “representa uma oração pelas vítimas não apenas ucranianas, mas todas as vítimas”.

“Nós sabemos que foram mortos tantos jovens russos enviados para esse inferno. A TV russa não mostra, não gosto disso, mas acabou vendo para saber. A nossa TV fala apenas de quatro mil mortos e feridos, sem dizer os russos”, disse ainda Anna.

A invasão da Rússia na Ucrânia foi iniciada no dia 24 de fevereiro e, desde então, mais de dois milhões de pessoas fugiram do território ucraniano, segundo dados da ONU. O número de vítimas é bastante incerto e as Nações Unidas falam em mais de 400 vítimas civis.

O governo ucraniano diz que há mais de dois mil civis mortos, além de 10 mil russos. Já os Estados Unidos estimam entre dois e quatro mil falecimentos entre os militares de Moscou.

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