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BENTO XVI: O Santo Sudário reflete os “sofrimentos” da humanidade

O Papa Bento XVI prestou homenagem neste domingo ao Santo Sudário de Turim, uma mortalha que teria envolvido o corpo de Cristo ao ser colocado no túmulo e que, durante séculos, vem sendo ao mesmo tempo objeto de veneração e de polêmica – um reflexo, segundo o Santo Padre, dos "sofrimentos" da humanidade.

 

O Papa Bento XVI prestou homenagem neste domingo ao Santo Sudário de Turim, uma mortalha que teria envolvido o corpo de Cristo ao ser colocado no túmulo e que, durante séculos, vem sendo ao mesmo tempo objeto de veneração e de polêmica – um reflexo, segundo o Santo Padre, dos "sofrimentos" da humanidade.

"No Santo Sudário vemos, como num espelho, nossos sofrimentos nos sofrimentos de Cristo", disse o papa durante missa celebrada em pleno centro da capital do Piemonte, em meio a um céu cinzento. Agora à tarde, o papa deverá se recolher ante a relíquia.

O príncipe Vittorio Emanuele de Savoia, sua mulher Marina Doria e o filho Emanuele Filiberto, estavam na primeira fila. A família entrou de posse do Santo Sudário em 1453 e o transportou a Turim, em 1578. A monarquia o doou ao Vaticano em 1983.

Vinte e cinco mil pessoas estiveram na praça San Carlo para assistir à celebração. Outras milhares acompanhavam a missa por telas gigantes instaladas perto.

Ao chegar no papamóvel, Bento XVI foi recebido com muitos aplausos pela multidão que pressionava as barreiras de segurança, agitando bandeiras amarelas e brancas, as cores do Vaticano .

A onda de escândalos que surgiram nos últimos tempos envolvendo religiosos na Europa e América não pareceram desencorajar os fiéis.

Antes da prece do Regina Caeli, no final da missa, o papa pediu à Virgem Maria, "mãe da Igreja", de velar "por seus padres e por todos os fiéis, para que sejam +o sal e a luz+ no meio da sociedade".

"O santo sudário nos lembra para sempre, de modo eloquente" os sofrimentos do Cristo, sublinhou o Papa na homilia pronunciada perto da catedral São João Batista de Turim onde o linho está exposto ao público desde 10 de abril, pela primeira vez desde o ano 2000.

Mais de dois milhões de visitantes estão sendo esperados até o dia 23 de maio, quando finalizará a mostra.

A relíquia é também um "sinal de esperança" porque Cristo morreu na cruz para nos fazer entrever, pela resurreição "o momento no qual toda a lágrima secará e no qual não haverá mais morte, nem luto, nem lamentação, nem angústia", acrescentou o chefe da Igreja católica, de 83 anos.

A peça de linho, de 4,36 m por 1,10 m sobre a qual, segundo a tradição, ficou impressa a marca do corpo de Cristo supliciado e, em particular, seu rosto, foi descoberta em meados do século XIV em Notre-Dame de Lirey, perto de Troyes (França).

O tecido é alvo de um conflito entre cientistas que acreditam em sua autenticidade e os que duvidam. O Vaticano nunca se pronunciou sobre a autenticidade do Santo Sudário.

Historiadores, apoiando-se, principalmente, sobre uma datação de carbono 14 realizada em 1988, estabeleceram que remontava à Idade Média, entre 1260 e 1390, mas esta datação também foi contestada.

Turim colocou em prática toda uma estratégia (estacionamentos, serviços de socorro e de segurança…) para acolher a multidão de peregrinos.

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