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Berlusconi diz no encerramento do “G20” que decisões só serão tomadas na reunião do “G8” em julho

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse no encerramento da cúpula do G20 em Londres, que novas regras da economia mundial serão decididas somente na reunião do G8, em julho.

 

"Começou a ser criada a regulamentação financeira que será completada no G8 da [ilha de] La Maddalena", disse Berlusconi na entrevista coletiva, após a reunião do G20.

 

A próxima reunião da cúpula do G8, será realizada em julho na ilha de La Maddalena, na região da Sardenha, na Itália.

 

Berlusconi celebrou a decisão tomada na cúpula de "dizer não aos paraísos fiscais" e disse que o governo italiano "buscou com empenho" esse resultado. 

 

A Organização para Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (Oecd) vai criar e publicar uma lista dos países considerados "paraísos fiscais". 

 

O primeiro-ministro italiano disse ainda que a próxima reunião do G20 deve ocorrer no Japão e que o "chefe do governo japonês disse estar disponível para hospedar o evento". 

 

Por outro lado, diversos políticos italianos pediram o cancelamento da reunião do G8 na Itália, após a morte de um manifestante nos protestos contra o G20, em Londres. 

 

O secretário-geral do Partido dos Comunistas Italianos, Oliviero Diliberto, ressaltou que o "sagrado direito de manifestação é o sal de todas as democracias". 

 

A última reunião do G8 na Itália, realizada em Gênova, em 2001, ficou marcada pelos violentos confrontos entre polícia e manifestantes, e pela morte de um jovem italiano durante os protestos.

 

G20 usará US$ 5 tri para tentar salvar economia e empregos, diz Brown

 

No discurso de encerramento da cúpula do G20 em Londres, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse que os países farão um esforço fiscal para investir US$ 5 trilhões até o final de 2010, na tentativa de proteger e criar empregos e aumentar a produção mundial em 4%.

O esforço fiscal é feito com economia dos gastos públicos e corte de impostos, a exemplo do que aconteceu no Brasil, com a redução do IPI (Imposto sobre produtos industrializados) para a compra de veículos. 

 

"Estamos comprometidos a iniciar o esforço fiscal necessário para restabelecer o crescimento. Estamos realizando uma expansão fiscal sem precedentes e coordenada, que preservará ou criará milhões de empregos que, de outra maneira, teriam sido eliminado", diz o comunicado que Brown leu no encerramento da cúpula.

Brown também anunciou que os países decidiram triplicar os recursos para o FMI (Fundo Monetário Internacional), numa tentativa de reanimar a economia global. Segundo ele, será injetado US$ 1 trilhão em dinheiro novo no FMI e no Banco Mundial.

Ele declarou, ainda, que os líderes do G20 estão unidos e vão "reconstruir o sistema financeiro internacional". As prioridades, disse, são gerar empregos, permitir que endividados paguem seus financiamentos de casas e que as empresas consigam sobreviver. O dinheiro virá de EUA, Europa, China, Japão e outros países.

Segundo o primeiro-ministro, o encontro vai permitir uma "ação coletiva, e não uma coleção de ações individuais". Ele afirmou que isso é importante para que a economia globalizada volte a funcionar. "Estamos com objetivos comuns".

 

Gordon negou que haja divisões entre os países -segundo analistas, EUA, Europa e países emergentes divergem sobre protecionismo e mais liberdade comercial.

A cúpula do G20 concordou em tentar retomar as negociações sobre a rodada Doha (de liberalização do comércio internacional) na próxima reunião do G8, disse um diplomata da União Europeia nesta quinta-feira.

Segundo o diplomata, o presidente dos EUA, Barack Obama, concordou em agir após pedidos do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, do presidente da França, Nicolas Sarkozy, e da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, durante a cúpula.

"Eles convenceram o presidente Obama a tratar sobre Doha na próxima reunião do G8 na Itália, de que participarão além dos países do G20, o Brasil, a Índia e outros", disse o diplomata.

Os líderes do G20, grupo que abrange as principais potências desenvolvidas e alguns países emergentes, estão reunidos desde quarta-feira (1º) em Londres com o objetivo de conciliar suas posições para enfrentar a crise econômica mais grave desde a II Guerra Mundial.

A reunião é um marco da participação de países emergentes, como o Brasil, no centro das discussões e decisões sobre a economia mundial.

Os países que compõem o G20, juntos, representam 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e dois terços da população do planeta. O grupo reúne o G8 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá, Itália e Rússia), a União Europeia e mais 11 nações emergentes (Brasil, Argentina, México, China, Índia, Austrália, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul e Turquia).

Na cúpula de Londres, o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, foi convidado a participar, apesar de seu país não fazer parte do G20.

Ele falará sobre o rígido sistema de regulação financeira local, que garantiu aos bancos espanhois uma menor exposição aos problemas hoje enfrentados pelas principais instituições financeiras do mundo.

O Grupo dos 20 foi criado em 1999, depois das crises que atingiram o Sudeste Asiático e a Rússia. O objetivo era melhorar o diálogo entre os países mais industrializados e os principais emergentes.
 

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