
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, contou ter avisado o ex-governador da região do Lazio Piero Marrazzo da existência de um vídeo "que poderia prejudicá-lo".
"Eu vi o vídeo, estiquei a mão para o telefone e liguei para o presidente Marrazzo. Disse a ele que havia no mercado imagens que poderiam prejudicá-lo, dei o número da agência que tinha oferecido o vídeo e ele me agradeceu cordialmente", relatou o premier, em entrevista ao apresentador e jornalista italiano Bruno Vespa. Marrazzo apresentou sua renúncia devido a um suposto envolvimento com travestis brasileiros.
"As minhas condições pessoais de sofrimento extremo não tornam mais úteis para os cidadãos de Lazio a minha permanência à frente da região. Comunico a minha renúncia definitiva e irrevogável do cargo de governador da região de Lazio", disse Marrazzo, em sua carta de renúncia.
O caso veio à tona com a prisão de quatro policiais que tentavam extorquir o governador com a ameaça de que divulgariam um vídeo em que o político aparece acompanhado por um travesti.
Explicando que foi informado pela sua filha Marina de que uma agência estava oferecendo a gravação para uma das empresas de comunicação de sua família, Berlusconi disse que agiu "exatamente ao contrário" do que a oposição faria.
"Me comportei exatamente o contrário. Provavelmente exatamente ao contrário de como se comportaria algum líder da esquerda", afirmou o premier, referindo-se ao fato do governador pertencer à principal força de oposição na Itália, o Partido Democrata (PD).