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Crise atinge setor de tomate, o “ouro vermelho” italiano

Fenômenos climáticos extremos e a falta de mão de obra abriram uma crise no setor de tomates na Itália e fizeram regiões produtoras do sul do país pedirem socorro ao governo nacional.

Os secretários de Agricultura de Basilicata, Campânia, Molise e Puglia, que formam o principal polo de cultivo do “ouro vermelho” na Itália, escreveram uma carta ao Ministério das Políticas Agrícolas para cobrar uma “reunião urgente” sobre a emergência.

As plantações foram afetadas pelos eventos climáticos extremos dos últimos meses, como chuvas torrenciais e temperaturas acima dos 40ºC, mas o setor também sofre com a falta de mão de obra no campo.

Segundo as regiões produtoras, o calor excessivo reduziu o prazo de validade dos tomates, e a carência de transportadores autônomos atrasou a transferência das safras do campo para as indústrias de transformação.

Na Campânia, os danos atingem cerca de 20% da produção. Já na Puglia, líder nacional no plantio de tomates, a Confederação Nacional dos Cultivadores Diretos (Coldiretti) estima que a safra pode ser 30% menor na comparação com o ano passado.

“Na Basilicata, a produção de tomate sofrerá uma perda de 20% por causa do calor tórrido, da falta de água, da concentração da colheita em poucos dias, da mão de obra inadequada e da falta de transportadores”, alertou o diretório regional da Confederação Italiana dos Agricultores (CIA).

O objetivo das quatro regiões produtoras é obter compensações do governo para agricultores que sofreram prejuízos em 2021. O setor tomateiro italiano – incluindo fazendas e indústrias – emprega cerca de 10 mil pessoas e representa cerca de 13% da produção mundial de derivados.

O faturamento industrial chega a 3,5 bilhões de euros por ano, sendo que 1,8 bilhão é proveniente de exportações. “A queda produtiva do tomate ‘made in Italy’ pode inclusive abrir caminho para a chegada de produtos do exterior, sendo que as importações de derivados de tomate mais que dobraram [+103%] nos primeiros quatro meses de 2021”, alertou a Coldiretti.

Em maio de 2020, para evitar a falta de mão de obra nas lavouras, o governo da Itália chegou a regularizar milhares de imigrantes camponeses que estavam com a permissão de estadia vencida, mas o problema voltou a se repetir neste ano.

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