Notícias

Brasileira recebe Leão de Prata na Bienal de Dança de Veneza

A autora e diretora teatral brasileira Carolina Bianchi, que coloca a experiência radical do corpo no centro de suas obras, foi premiada com o Leão de Prata na Bienal de Dança de Veneza de 2025.

A honraria, aprovada pelo conselho da Bienal sob proposta do diretor artístico Wayne McGregor, foi concedida no último dia 19 de julho durante o 19º Festival Internacional de Dança Contemporânea, que acontece na cidade de Veneza, no norte da Itália, até o próximo dia 2 de agosto.

“Em 2023, Carolina Bianchi estreou o primeiro volume de sua trilogia, ‘A Noiva e o Boa Noite Cinderela’, que mergulha nos horrores profundos da violência sexista, como uma descida às profundezas do inferno, imergindo-nos em um espaço onde as memórias se entrelaçam e se confundem”, destacou McGregor.

Segundo o diretor artístico, a brasileira “emprega seu próprio corpo como elemento central de sua obra, enraizando-se firmemente na tradição da performance feminina e, ao mesmo tempo, desafiando-a”.

Para ele, “à medida que sua sensacional trilogia de obras evolui, Bianchi permanece na vanguarda da performance radical, lembrando-nos da necessidade crítica de novas vozes artísticas tão rigorosas”.

Considerada uma das principais expoentes da cena experimental sul-americana, Bianchi se estabeleceu em Amsterdã em 2020 e três anos depois se tornou destaque no Festival de Avignon com “A Noiva e o Boa Noite Cinderela”, primeiro capítulo da trilogia “Cadela Força”, que convoca em cena o testemunho de vítimas da violência sexual, como a performer italiana Pippa Bacca.

O espetáculo foi apresentado nos principais festivais e palcos europeus, recebendo uma recepção calorosa do público e da crítica.

Além disso, foi premiado como “Melhor Estreia Internacional” da temporada 2023/24 na França pelo Prix du Syndicat de la Critique.

Na Bienal de Dança de Veneza, a brasileira apresentou a estreia do segundo capítulo da trilogia “Cadela Força: A Irmandade”. Desta vez, a obra é focada na masculinidade e no olhar masculino.

Fundadora e líder do coletivo multidisciplinar “Cara de Cavalo” de São Paulo, Bianchi é autora de cinco produções: a trilogia “Cadela Força” (2023/2027), “O Tremor Magnífico” (2020), “Lobo” (2018), “Quiero hacer el amor” (2017), “Mata-me de Prazer” (2015) e o curta-metragem “Isolda” (2021).

Durante a Bienal de Dança, Twyla Tharp, a lendária coreógrafa norte-americana que em seus 60 anos de carreira atravessou épocas e estilos fazendo história, foi homenageada com o Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra.

A artista criou sua própria companhia em 1965 e, desde então, com a sua dança, libertou corpos e mentes de convenções e estereótipos, movendo-se com audácia experimental por todos os gêneros – do sapateado ao jazz, do pós-moderno ao neoclássico – para se reinventar.

“Twyla Tharp é nada menos que um fenômeno. As suas contribuições revolucionárias para a ecologia da dança mundial são incomparáveis, graças ao trabalho que combina rigor e jogo, disciplina clássica e técnica de balé com dança moderna e movimentos naturais, para coreografias radicalmente inovadoras destinadas tanto ao teatro como ao cinema”, concluiu McGregor, enfatizando que ela “é uma das coreógrafas vivas mais importantes”.  

Mostrar mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios