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ELEIÇÕES GERAIS: Crise política na Itália faz surgir “Milícias de Cristo” e partido “Bunga-Bunga”

Os italianos terão uma grande variedade de partidos como opção para escolher os próximos deputados e senadores nas eleições de 24 e 25 de fevereiro. Com um número inédito, 215 logos de partidos, movimentos e afins foram submetidos ao Ministério do Interior, com a esperança de que sejam aprovados e sigam para a corrida eleitoral.

Ao lado de logos dos principais partidos, se encontram posições, causas e desejos de todos os tipos. Aquele que sofre com a crise econômica europeia pode se identificar com o movimento “Parem os Impostos e Bancos”, “Dividam pela Metade os Salários de Políticos”, “Vejam em que Bagunça Eles Nos Colocaram” ou mesmo o “Movimento Bunga Bunga”, em referência às festas que o ex-premiê Silvio Berlusconi promovia em propriedades suas.

“Alguns são puro exibicionismo, mas ainda é parte da democracia”, disse um funcionário do ministério que examinava os logos e que não se identificou. “Isso somente mostra o nível de insatisfação de hoje. Os partidos tradicionais não respondem ao mal-estar em relação a pensões, meio ambiente, impostos, tudo. Ninguém está feliz”, disse outro funcionário.

O símbolo do “Democracia, Natureza e Amor” mostra uma ex-atriz pornô, Ilona Staller, que usava o nome Cicciolina (“O pequeno brinquedo de pelúcia”) e que foi eleita para o Parlamento pelo Partido Radical em 1987. Staller já saiu da política e da indústria pornô, mas sua imagem figura ao lado do “Gays da Direita – Rosa Negra”.

Católicos insatisfeitos podem gostar do “Partido dos Católicos”, “O Império Romano Sagrado” ou os dois grupos de nome “A Milícia de Cristo”, um com um coração vermelho, e outro com uma âncora vermelha.

Dois grupos remetem aos times rivais da capital italiana: “Forza Roma” e “Forza Lazio”. Até mesmo grupos mais inspiradores apareceram, com o “Movimento dos Poetas da Ação”, “Arte, Liberdade e Democracia” ou o “Partido da Revolução Cultural”, com um cérebro gritando “Pense sobre seu futuro!” como logo.

O ministério decidirá que logos irão para as eleições, baseados em uma lei de 1957 e principalmente no número de assinaturas por trás de cada um. Nas últimas votações gerais, de 2008, 153 de 181 logos foram aprovados. Muitos grupos são cívicos e de interesse especial, que somente aparecerão localmente. Assim, a maioria irá depois se associar com partidos maiores ou coalizões.

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