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Candidatura de Berlusconi a presidente começa a naufragar

A candidatura do ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi a presidente da República está perto de naufragar.

Personagem mais controverso da política italiana nos últimos 30 anos, o ex-premiê estava empenhado em garantir os votos necessários para chegar ao Palácio do Quirinale, mas, segundo relatos de seus próprios aliados, já dá sinais de desistência.

“Ele estava bastante triste ontem”, contou em entrevista à emissora Rai, o crítico de arte e deputado Vittorio Sgarbi, que havia sido encarregado por Berlusconi de telefonar para parlamentares em busca de apoio.

Essa campanha foi batizada pelo próprio ex-primeiro-ministro como “operação esquilo”, mas a caça por votos parece não ter dado o resultado esperado.

“Acho que existem inquietudes de natureza psicológica no candidato, porque ele ficou em Milão. Acho que essa pausa vem do fato de que ele deve estar pensando em uma porta de saída honrosa, com um nome que lhe agrade”, disse Sgarbi, acrescentando que a operação foi “interrompida”.

Berlusconi e seu partido, o conservador Força Itália (FI), fazem parte de uma coalizão com as legendas de ultradireita Liga e Irmãos da Itália (FdI), que são lideradas, respectivamente, por Matteo Salvini e Giorgia Meloni.

Essa aliança se dividiu no apoio ao governo de Mario Draghi – Meloni preferiu ficar sozinha na oposição -, porém controla a maior parte das regiões do país e detém o maior número de votos no colégio eleitoral que vai escolher o próximo presidente, formado por 1009 senadores, deputados e delegados regionais.

No entanto, Berlusconi tinha dois desafios: angariar votos em outras forças, que não gostariam de ver uma figura tão controversa no cargo institucional mais importante do país, e evitar traições na aliança de direita, já que o sufrágio é secreto.

O próprio Salvini, que dias antes garantira apoio à candidatura, já havia deixado Berlusconi na corda bamba ao dizer que faria na semana que vem uma “proposta convincente para todos”.

“Hoje faltam cerca de 100 votos. Não vou me render, mas o fato de que ele [Berlusconi] atrasou a chegada em Roma me faz pensar que…”, disse Sgarbi, sem concluir seu pensamento.

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