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Governadores de oposição pressionam por reabertura da Itália

Quatro regiões governadas por forças de oposição ao primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, aumentaram a pressão pela reabertura das atividades comerciais e produtivas em 4 de maio, um dia após o término da nova prorrogação da quarentena no país.

Três delas – Lombardia, Vêneto e Piemonte – são governadas pela Liga, partido de extrema direita encabeçado pelo líder da oposição nacional, o ex-ministro do Interior e senador Matteo Salvini. A quarta é comandada por uma legenda regional conservadora que, até o início da pandemia, negociava para uma adesão da Liga.

O movimento é puxado pela Lombardia, epicentro da pandemia na Itália e que, em uma nota divulgada nesta quarta-feira (15), afirmou que pedirá ao governo nacional a reabertura das atividades produtivas a partir de 4 de maio, condicionada ao respeito da distância de um metro entre as pessoas e ao uso de máscaras.

Todas as atividades industriais e comerciais no país que não sejam consideradas estratégicas estão fechadas desde o fim de março por causa da pandemia.

O apelo ganhou nesta quarta-feira o apoio de outras três regiões, como o Vêneto. “Há pressupostos de natureza sanitária e do mundo científico. A partir de 4 de maio ou até antes, podemos reabrir tudo”, disse o governador da região, Luca Zaia, um dos expoentes da Liga, sem entrar em detalhes sobre os pressupostos.

“Em 4 de maio, devemos estar todos prontos, com dispositivos de proteção, regras – obviamente negociadas com as partes sociais e as empresas. Não excluo que algumas atividades possam ser colocadas em um grid de largada um pouco antes”, acrescentou o líder vêneto.

O governador do Piemonte, Alberto Cirio, seguiu pela mesma linha. “Precisamos recomeçar em segurança, isso significa aprender a conviver com o coronavírus e com as medidas necessárias para contê-lo”, disse. Segundo Cirio, universidades piemontesas já trabalham nas diretrizes para permitir a reabertura das atividades econômicas na região.

“Testaremos essa possibilidade nos próximos dias com algumas empresas e colocaremos essa experiência à disposição do país”, acrescentou, fazendo a ressalva de que não se pode “abaixar a guarda” contra o risco de propagação do vírus. Para Cirio, 4 de maio pode marcar o início de “uma nova normalidade”.

Já o secretário de Saúde da Sicília, Ruggero Razza, afirmou que o fechamento das atividades produtivas “não pode ir além” de 3 de maio. “Estamos em uma condição epidemiológica diferente das outras regiões”, explicou. A ilha tem 2.579 dos 168.941 mil casos na Itália, enquanto Lombardia, Piemonte e Vêneto registram, respectivamente 63.094, 19.108 e 14.990, respetivamente.

Governo – Questionada nesta quinta-feira sobre quando as crianças voltariam a brincar nos parques, a ministra da Família da Itália, Elena Bonetti, respondeu: “Não posso dizê-lo porque respeito a ciência, mas o que digo é que precisamos definir o percurso que permita isso. Pois assim, quando for possível, e espero que seja em 4 de maio, devemos estar preparados”.

O ministro das Relações Exteriores Luigi Di Maio, no entanto, afirmou no Parlamento que a pressa na reabertura pode fazer o governo ter de “fechar tudo” de novo. Segundo o chanceler, o relaxamento na quarentena deve ocorrer quando a comunidade científica recomendar.

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