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Investigações sobre acidente de ônibus em Veneza avançam

Por Alberto Boccanegra – O material a ser entregue aos peritos para reconstruir as causas e os efeitos do acidente do ônibus em Mestre está praticamente pronto, numerado e catalogado.

Entre os investigadores, diz-se que “a estrada fala”. Foram identificados 27 elementos nos 50 metros do viaduto arrastados pelo veículo, incluindo marcas de rodas, pedaços de uma porta, o retrovisor esquerdo, um parafuso da barreira.

Essas pistas foram fotografadas e digitalizadas. O cartão de gestão já foi extraído do tacógrafo, a caixa-preta do ônibus.

O telefone do motorista, com dois chips, foi apreendido e muitas testemunhas foram ouvidas, até agora cerca de vinte. É uma investigação que deve ser longa, assim como o tempo que os consultores técnicos levarão para fornecer respostas à Procuradoria.

A perícia na barreira não será fácil, “assim que encontrarmos o consultor adequado”, disse o Procurador Bruno Cherchi.

Principalmente, são aguardados os primeiros resultados da autópsia no corpo de Alberto Rizzotto, o motorista do ônibus, que faleceu juntamente com os outros passageiros.

Desde o início, testemunhos e vídeos das câmeras no viaduto levaram a supor uma causa principal: um mal estar do condutor, o que teria levado à perda de controle do ônibus, resultando na queda do viaduto da Vempa.

No entanto, será preciso aguardar as comunicações do procurador Cherchi, o único autorizado a falar sobre o assunto.

Assim, na ausência dele, hoje (6), no Palácio da Justiça, ninguém proferiu uma palavra. Nem mesmo a promotora Laura Cameli, responsável pelo inquérito por homicídio múltiplo no trânsito. Até o momento, não haveria indiciados.

Há várias linhas de investigação em andamento, com a equipe móvel da Polícia, Carabineiros e Polícia Municipal de Veneza trabalhando incansavelmente: o viaduto, o ônibus, a caixa-preta, os vídeos do acidente, o celular do motorista e as testemunhas que estavam na estrada naquela noite.

Cerca de vinte pessoas foram ouvidas pelos investigadores. Entre elas está um policial que estava fora de serviço, mas que foi o primeiro a intervir, disponibilizando um extintor e dando o alerta.

A investigação continua com três linhas distintas de averiguação: as oitivas dos feridos, os relatos das testemunhas, incluindo a identificação das vítimas; e o levantamento dos elementos e das pegadas deixadas pelo ônibus no asfalto e na barreira.

Para entender o que aconteceu, o vídeo gravado pela câmera da Sala de Controle da Polícia municipal será fundamental.

E há também todo o ônibus, com a caixa-preta, através da qual teremos acesso às imagens das câmeras internas do veículo e às baterias do sistema elétrico.

Todas as pegadas no asfalto e no local do impacto – o ônibus caiu de uma altura de 10 metros -, bem como os vários componentes do veículo, foram fotografados e digitalizados.

A barreira também está isolada. O cartão de gestão já foi retirado da caixa-preta, recuperada entre os primeiros objetos.

Para examiná-lo, sendo uma prova única, a Procuradoria deverá agendar uma reconstituição dos fatos. E nesse momento ocorrerá a inscrição dos primeiros investigados, que se tornarão as futuras partes no processo.

A autópsia pode fornecer ‘a mãe de todas as provas’. Mas não menos importante será a análise do celular do motorista, com dois chips, um corporativo e outro pessoal. Já foi feito o pedido dos registros que a operadora de telefonia está prestes a fornecer.

Por fim, estão sendo obtidas as imagens dos celulares das pessoas que registraram a cena naquela noite no viaduto, ou daquelas que a registraram de longe, da estação de Mestre.

Parece ter chegado o momento do repatriamento dos corpos das 20 vítimas do desastre, o que deve ocorrer neste fim de semana; a 21ª vítima foi o motorista italiano. (Ansa)

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