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ELEIÇÕES ITALIANAS: Bersani assume responsabilidade como mais votado na Itália e propõe reformas

O líder da centro-esquerda italiana, Pier Luigi Bersani, afirmou nesta terça-feira que assume a responsabilidade que as urnas lhe deram como representante da coalizão mais votada nas eleições gerais e anunciou que proporá ao novo Parlamento um plano de governo com uma série de reformas.

Em seu primeiro pronunciamento público após serem divulgados os resultados eleitorais, Bersani reconheceu a rejeição à política tradicional que se pode apreender destas eleições e disse ser consciente do "drama" e dos "riscos" que existem para a Itália com o temor da ingovernabilidade, embora não queira se submeter a "diplomacias".

"Para nós se trata de perceber com simplicidade e consciência o que sai destas eleições, insistindo na vontade de sermos úteis ao nosso país. Nós, de todas as maneiras, recebemos dessas eleições um grande senso de responsabilidade", afirmou Bersani.

"Somos de todo modo uma coalizão majoritária em votos e cadeiras na câmara e majoritária em votos no Senado e também com maioria relativa em cadeiras. Temos esta responsabilidade e a primeira palavra nos toca agora a nós, nos toca a nós no Parlamento", acrescentou.

Bersani enumerou uma série de medidas que realizava em seu programa eleitoral e que pretende levar ao Parlamento como fundamentos de seu possível programa de governo: reforma da educação, política e uma nova legislação partidária, uma reforma da "moralidade pública e privada", defesa dos setores mais expostos à crise econômica e uma nova política europeia para o trabalho.

"Quando digo que assumiremos nossa responsabilidade é que sentimos que nossa primeira responsabilidade é a de ser força motriz de uma mudança no Parlamento", disse o líder da centro-esquerda, que conseguiu uma vitória mais apertada que o esperado frente ao segundo, a centro-direita de Silvio Berlusconi.

Perante o resultado eleitoral, pelo que o movimento antipolítico do comediante Beppe Grillo é a terceira força parlamentar (mas o partido mais votado na câmara baixa), Bersani identificou dois fatores-chave: a rejeição a políticas continuadas baseadas apenas em austeridade, como veio acontecendo até agora.

O líder da centro-esquerda foi perguntado pelos jornalistas sobre possíveis pactos com a segunda e terceira força parlamentar e, neste sentido, indicou que não pretende agora "alinhavar acordos sobre não se sabe que" e que quando chegar sua vez se dirigirão ao Parlamento.

"Nós somos favoráveis à corresponsabilidade para os diferentes níveis institucionais. O Movimento 5 Estrelas é o primeiro partido. Segundo os grandes modelos democráticos, cada um precisa assumir suas responsabilidades", comentou.

"Sei que até agora disseram que vamos todos (os políticos) para casa. Agora que eles também estão no Parlamento, ou vão para casa ou dizem o que querem fazer para este país", acrescentou.

Bersani, que descartou a possibilidade de abandonar o comando da "nave" de seu partido apesar do resultado algo "decepcionante", pois todas as pesquisas lhe davam uma vitória mais folgada, afirmou ainda que a saída do euro que chegou a colocar Grilo e Berlusconi seria um "desastre matemático" para a Itália.

"Estamos diante do episódio mais difícil e é necessário um mecanismo de defesa moral e econômica para o país. Acho que nós, os progressistas, seremos um ponto de referência. É necessário alguém que leve o governo e eu me proponho", disse.

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