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Cemitério em Palermo tem quase mil caixões empilhados aguardando enterro

Quase mil caixões com cadáveres estão acumulados no cemitério de Santa Maria dei Rotoli, em Palermo, no sul da Itália, aguardando covas para serem devidamente enterrados.

O principal motivo desta crise é que não há espaço para novos enterros no local. As numerosas obras de ampliação do cemitério estão cada vez mais lentas devido a problemas burocráticos, falta de mão de obra ou pelo fato de nunca terem sido iniciadas realmente.

Os caixões estão espalhados por todo o cemitério de Santa Maria dei Rotoli, incluindo as ruas principais, os escritórios e até os banheiros. Debaixo de alguns, inclusive, é possível ver os sinais de decomposição dos corpos.

O calor escaldante que faz na região nas últimas semanas tem sido outro problema registrado no local. As temperaturas entre 36 e 37 graus estão fazendo os caixões abrirem e liberam um cheiro muito forte.

A Câmara Municipal de Palermo fez uma reunião extraordinária para debater a situação e decidiu transferir os caixões não enterrados para o cemitério particular de Sant’Orsola, propriedade da Fundação Santo Spirito.

No entanto, segundo o próprio prefeito da cidade italiana, Leoluca Orlando, as operações são lentas e somente 14 caixões foram transferidos, embora 72 famílias já tenham efetuado o pagamento do traslado dos corpos. Ao todo, 184 covas foram liberadas em Sant’Orsola.

“Os trâmites são lentos devido às grandes dificuldades burocráticas, administrativas e organizacionais, sobretudo pela inadequação dos carros funerários e do pessoal dos demais serviços obrigatórios”, explicou Orlando.

A situação já se arrasta há algum tempo, mas neste verão tornou-se insustentável. Antes de 15 de agosto, Leonardo Cristofaro, diretor do cemitério, chegou até a escrever ao chefe de gabinete da Câmara Municipal, Sergio Pollicita, para detalhar o caso.

“Devido à falta de covas para sepultamento, além das altas temperaturas, numerosos caixões começaram a vazar profusamente.

A situação agora impõe o enterro imediato ou a compra urgente de um número adequado de caixões de zinco destinados a contê-los. Mas estamos cientes de que sem fossas ou caixões de zinco a situação só vai piorar até se tornar um grave perigo para a saúde”, diz ele.

De acordo com a última contagem, 420 caixões aguardam por um lóculo (compartimentos parecidos com gavetas), enquanto 500 esperam lugar no campo de sepultamento. Estes últimos são os mais problemáticos pois são feitos apenas de madeira e estão mais sujeitos aos problemas relacionados à degradação dos cadáveres.

O cemitério de Santa Maria dei Rotoli está em estado de emergência desde 2019. De vez em quando, algumas soluções provisórias são encontradas, mas até agora o verdadeiro problema não foi resolvido. Para agravar a situação, há também o fato de que o crematório do local não funciona: quem quiser cremar seus mortos precisa entrar em contato com Messina ou Reggio Calabria.

Apesar da reunião emergencial, vai demorar muitos meses para uma solução definitiva ser encontrada. Até o momento, nenhuma das medidas listadas está sendo realizada de fato, já que a maioria barra em alguma burocracia.

Este não é o único cemitério da região que enfrenta este tipo de dificuldade: em Sciacca e Bagheria, a 18 quilômetros de Palermo, centenas de caixões também aguardam para serem enterrados há meses.

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