Uma delegação italiana terá um encontro com o Conselho Nacional Líbio, formado por dissidentes do governo do ditador Muammar Kadafi, informou a oposição do país.
Segundo Ahmad Gehani, representante do Conselho, a decisão de realizar a reunião "talvez possa ser sinal de um reconhecimento" da organização de oposição líbia por parte da Itália.
Gehani fez o anúncio em uma conversa com jornalistas italianos no porto de Benghazi, por onde chegou hoje um navio italiano com um carregamento de ajuda humanitária. A carga, com 25 toneladas de materiais, inclui quatro geradores de eletricidade, unidades de purificação de água, equipamentos médicos, cinco toneladas de arroz, cinco toneladas de leite, mais de 10 mil litros de água e barracas.
O comandante do navio, tenente Luca Di Giovanni, atestou que a delegação italiana tem uma missão "puramente humanitária", o que foi confirmado pela Chancelaria de Roma à ANSA. Giovanni ainda se disse "orgulhoso" da missão.
O governo da Grã-Bretanha também enviará uma nova missão diplomática à Líbia para negociar com os rebeldes uma saída para a crise política, segundo anunciou o chanceler britânico, William Hague.
O envio ocorrerá mesmo após oito soldados britânicos da Special Air Service — grupo de operações especiais do Reino Unido — terem sido sequestrados no sábado em Benghazi após serem encontrados com armas, munições, mapas e passaportes de quatro nacionalidades. Eles foram libertados no domingo e levados a Malta. O embaixador britânico na Líbia, Richard Northern, foi convocado pelos grupos rebeldes para explicar o ocorrido.
A imprensa internacional avistou, a leste da cidade de Ben Jawad, forças pró-Kadafi avançando em direção ao porto petrolífero de Ras Lanuf, próximo do Golfo de Sirta, entre a capital, Trípoli, e Benghazi.
No último domingo, militares e milicianos em favor do governo retomaram o controle de algumas localidades, como Az Zawiyah, a 50 quilômetros a oeste de Trípoli. As cidades de Marsa El-Brega, Ajdabiya e Misurata também passam por confrontos entre os insurgentes e os governistas.
