Catolicismo Romano

CATOLICISMO ROMANO: Cardeal revela suposta trama secreta para substituir Bento XVI por Francisco

Autor: Alfredo Serra | Infobae | Tradução: Mãe da Salvação

Artigo original de 11 de dezembro de 2016

Se trata de Godfried Danneels, de Bruxelas, que não vacila em chamar “máfia” a esse grupo que integrou junto a Martini e Silvestrini (Milan), Kasper e Lehman (Alemanha), Hume (Reino Unido), e Van Luyn (Holanda).

Na terceira e última cena da saga de “O Padrinho”, Al Pacino baixa, furioso, as escalinatas do Palácio do Vaticano:

– Voltaram os Bórgia! (alusão à mais poderosa e corrupta família do Renascimento)

Pacino não é um homem santo. É um mafioso e um criminoso.

No entanto, sua fúria obedece a que, pese a fortuna que tem doado ao Vaticano para lavar o seu passado, ainda tem adversários.

Na realidade, antes dessa cena – não tão ficcional, à luz do que seria –, a Cidade de Deus arrastava um pesado fardo de escândalos: a loja P2, dirigida pelo mafioso Licio Gelli, amigo do ex-presidente argentino Juan Domingo Perón e sua mão direita, José López Rega, as lavagens “profanas” do Banco Ambrosiano, a serviço das piores causas, e a morte suspeita, apenas após 33 dias de Albino Luciani assumir como João Paulo I, chamado “o Papa do Sorriso”.

Mas antecipando a tempos mais atuais, e quaisquer que seja a fé dos crentes (cegos ou tortos, selvagem ou racional), a evidência prova que as bombas do escândalo cada vez acossam mais perto dos solenes átrios.

E, ainda por cima, consubstanciado no mais repugnante dos crimes e pecados: a pedofilia, o abuso sexual de menores, execrado nos quatro testamentos: “Seria melhor saltar no mar com uma pedra de moinho no pescoço do que escandalizar a uma só criança”, sentencia Cristo e os quatro evangelistas.

No entanto, como se a pedofilia fosse a única sexualidade da Igreja, e não a mística, a elevação sublime, o matrimônio com Jesus, os casos saem à luz, rotundos. Desde o filme “Spotlight”, que desmascarou quase uma centena de padres pedófilos em Boston, faz da província argentina de Mendoza, e múltiplos lugares, a denúncias quase cotidianas. Com a amarga cereja do bolo: os quatro livros encomendados pelo Papa Francisco a um advogado… em defesa do padre pedófilo Julio César Grassi, condenado a quinze anos de prisão no país natal de Jorge Bergolio e rogando que se abra os guarda-chuvas da Suprema Corte.

Dizem que sempre que choveu, parou. Mas não neste caso…

Acaba de aparecer um livro bomba. Seus autores: Jürgen Mettepennigen e Karim Schelkkenf. Se trata da biografia autorizada do Cardeal Emérito de Bruxelas, Godfried Danneels. Que, desde então, vamos reconhecer que ele e outros cardeais “unidos pelo desejo de modernizar a Igreja, formaram um grupo de pressão (usa a palavra “máfia”) para impedir a eleição de Bento XVI – o Cardeal alemão Joseph Ratzinger –, e se a manobra falhar… forçar a máquina para fazê-lo renunciar.

O Cardeal Belga, Godfried Danneels. Sua Biografia inclui a versão bomba de uma conspiração parra afastar Bento XVI e substituí-lo por Francisco.

Dito e feito: Bento XVI renunciou à Cadeira de Pedro em fevereiro de 2013, depois de oito anos de papado irrepreensível. Renúncia raríssima… O primeiro pontífice que tomou essa decisão no último milênio.

Seu grupo de incondicionais sugeriram chantagem. Mas ele negou: “Não recebi nenhuma chantagem”: quase uma confirmação de que sim…

O Cardeal Danneels (83) reconheceu em seu livro a existência de um grupo de cardeais centro-europeus que desde 1996 se confabularam para controlar a sucessão de João Paulo II e impedir a assunção de Ratzinger. Danneels, jocosamente, chama esse grupo de conspiradores de “máfia”.

Se reuniam para essas lavagens em uma abadia suíça: “lavagens”, porque essas maquinações estão proibidas pela Constituição Apostólica “Universi Dominici Gregis” de 1996.

Danneels não conseguiu esconder sua alegria pelo matrimônio homossexual, e não tardou em admitir que seu grupo queria modernizar a Igreja Católica para adaptá-la aos tempos de hoje, modificando também a doutrina sobre o aborto e a ideologia de gênero. E o Bispo Jorge Bergoglio passou a ser, para eles, a plataforma vencedora…

No entanto, quando se discutiu na Argentina a aprovação do matrimônio entre homossexuais, Bergoglio mandou a quatro monastérios de suas dioceses esta carta: “Não sejamos ingênuos: não se trata de uma simples luta política. É a pretensão destrutiva do plano de Deus. Um movimento do pai da mentira para confundir e enganar os filhos de Deus”.

Mas o doutor Roberto B. Moynyhan, fundador e editor-chefe da revista “Inside The Vatican”, escreveu no dia anterior ao sínodo sobre um encontro que teve com um reconhecido cardeal nas ruas de Roma: “Se me acercou para perguntar-me… com cara de ‘Não posso falar’, e me disse que amava o Papa Bento, e que o papado é como o matrimônio: até que a morte nos separe. Nada deve abdicar! É um tempo muito perigoso para a Igreja. As forças das trevas estão alertas. Reze por nós”.

E escreveu Moyhnyan no final: “Creio que o cardeal tem razão. Pude sentir o perigo. Estamos alertas. Algo não está bem. Pode ser que nunca o sabemos… mas estamos muito longe de um conclave comum”.

Vamos aos fatos, sem que isto implique afirmação, ou mesmo insinuação.

Quando Jorge Bergoglio chegou ao sínodo que o converteria no papa Francisco, o fez com pouco otimismo:

– Esta idade me joga contra mim.

No entanto, contra todas as probabilidades, e na última hora, os votos necessários choveram sobre ele.

Influenciaram nessa mudança de direção a “máfia” do Cardeal Danneels, que claramente explica nos primeiros parágrafos de sua biografia autorizada que havia de entronizar alguém que “varreria as teias de aranhas da Igreja”?

É uma coincidência que, além das multidões que mobilizou, o amor que desatou a seu passo, a “ressurreição” da Igreja, não tardou, em contraposição a aquelas quatro cartas chamejantes contra os homossexuais, em exclamar publicamente “Quem sou eu para julgar”, o mesmo que aceitar a comunhão dos divorciados e outras medidas em estudos?

É uma coincidência que o Cardeal Danneels, o convicto e confesso chefe do grupo de pressão para entronizar a Bergoglio, foi nomeado hoje por Francisco, por vontade pessoal, como membro do Sínodo sobre a Família celebrado em 2014, e voltou a ungi-lo como tal para o final do ano que termina?

Monsenhor Justo Laguna, de quem fui bastante amigo, repetia:

– Os sacerdotes são pecadores, mas a Igreja é santa.

Morreu.

Já não tenho como refutá-lo.

Mas além da crença profunda de que o Papa é escolhido pelo Espírito Santo, talvez tenha que concordar que não é sempre assim.

Que muitas vezes, vem antes a política.

E que ninguém que crê se ofenda.

Se trata de abrir os olhos.

Como neste escândalo dos padres pedófilos.

 

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